O BNDES vai modelar o preço da energia da usina nuclear de Angra 3 a partir de um custo de capital próprio de 8,88% real ao ano, junto com custos de investimentos como os dispêndios para amortização e pagamento de juros das dívidas direcionados ao projeto, assim como as conversões em capital de dívidas, mútuos e Adiantamento para Futuro Aumento de Capital – AFAC.
— Os parâmetros estarão atrelados à data-base de 30 de junho de 2020, quando o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou o modelo jurídico e operacional para a retomada da obra da usina. A data-base deve ser considerada para a confecção do fluxo de caixa do projeto.
— A Aneel terá que aprovar a revisão do preço da energia de Angra 3.
Os dados fazem parte de nota técnica elaborada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) à qual o político epbr teve acesso com exclusividade.
A resolução que trará os parâmetros para a revisão do preço de Angra 3 será analisada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) no dia 20. O MME realiza nesta sexta (15/10) uma prévia do encontro, para antecipar as discussões e nivelar os temas que serão discutidos.
— Angra 3 será administrada pela Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), empresa pública organizada sob a forma de sociedade anônima e vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Ela irá garantir a manutenção do controle da União sobre a operação de usinas nucleares.
— Em junho, o BNDES anunciou que assinou contrato com o consórcio Angra Eurobras NES – Tractebel Engineering (líder), Tractebel Engineering e Empresários Agrupados Internacional – para a estruturação do projeto de retomada e conclusão das obras da usina. O consórcio vai definir a projeção dos investimentos necessários à implementação do projeto, o cronograma detalhado da obra e a especificação de como se dará a contratação de uma ou mais construtoras para a realização dos trabalhos.
— As obras de Angra 3 devem receber aportes de cerca de R$ 2,7 bilhões em 2021, como parte do planejamento da Eletrobras para avançar com a chamada linha crítica de construção da usina termonuclear.
— Os investimentos totais projetados para o ano são de R$ 8,2 bilhões, afirmou recentemente Elvira Presta, responsável pela área financeira e de RI da estatal. A usina tem 65% de avanço físico nas obras, com investimentos já realizados de R$ 8,5 bilhões.
- Iniciada em 1984, a construção da unidade foi interrompida duas vezes – a última em 2015, quando pouco mais de 65% do empreendimento já tinha sido concluído.
- Prevista para entrar em operação no fim de 2026, Angra 3 vai gerar mais de 10 milhões de MWh por ano, energia suficiente para atender aproximadamente 6 milhões de residências.
Fonte: EPBR