Por um triz. O consórcio formado pelas empresas Ferreira Guedes, Matricial e Adtranz, que venceu a licitação das obras do caminho crítico da usina de Angra 3, passou raspando na avaliação de compliance da Eletronuclear. Como noticiamos aqui, as três empresas foram habilitadas tecnicamente em agosto para a realização do projeto. Desde então, as companhias estavam submetidas à etapa seguinte: a de análise de compliance. Segundo apuração do Petronotícias, o resultado dessa fase chegou nesta semana, com o consórcio ganhando o carimbo de “Muito Alto Risco”. Ainda assim, as empresas conseguiram passar pela avaliação. Agora a bola está nos pés da Eletrobrás – que dará a palavra final sobre a aprovação ou não do consórcio.
Caso consiga o aval final, a vitória do grupo será homologada oficialmente. A partir de então, as três empresas serão convocadas para assinar o contrato com a Eletronuclear dentro de um prazo de 10 dias úteis – prazo prorrogável por igual período. De acordo com o cronograma inicial, a ideia é que o consórcio vencedor da licitação comece a mobilização do canteiro de obras de Angra 3 pouco após a assinatura do contrato, de forma que a construção da usina possa ser retomada ainda neste ano.
Para lembrar, o Plano de Aceleração do Caminho Crítico de Angra 3 corresponde a um conjunto de atividades que visam acelerar a construção da usina, garantindo que a unidade entre em operação dentro do prazo – novembro de 2026. O plano contempla, por exemplo, a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator de Angra 3. Além disso, será realizada também uma parte importante da montagem eletromecânica, que inclui o fechamento da esfera de aço da contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados, da ponte polar e do guindaste do semipórtico. O índice atual de conclusão da construção de Angra 3 é de 65%.
O consórcio formado por Ferreira Guedes, Matricial e Adtranz fez uma proposta de R$ 292 milhões na licitação para contratação desses serviços. O valor corresponde a um deságio de aproximadamente 16% em relação ao valor de referência estabelecido no edital. Ao todo, duas empresas e cinco consórcios participaram da concorrência. Relembre a seguir as ofertas apresentadas na concorrência:
1º Lugar – Ferreira Guedes/Matricial/Adtranz – R$ 292 milhões;
2º Lugar – Construcap – R$293, 4 milhões;
3º Lugar – NKT Angra 3- ( Engevix/KPE/Toyo Setal)- R$ 309 milhões;
4º Lugar – Conenge/SC/Archel – R$ 343 milhões;
5º Lugar – ECB/ MPE Engenharia – R$ 447,5 Milhões;
6º Lugar – CEJEN/Rio Vivo/IC Supply – 448,5 Milhões;
7º Lugar – OECI S/A – R$ 455 Milhões
A Ferreira Guedes atua em obras ferroviárias, rodoviárias, portuárias, hidráulicas, saneamento, Industriais e edificações. Fundada em 1966, a construtora já participou com a Queiroz Galvão do consórcio contratado para as obras de mobilidade urbana no entorno da Arena das Dunas, em Natal (RN). A empresa também foi responsável pelas obras de um viaduto que desabou em Fortaleza, em 2016, e teve alguns apontamentos na Lava Jato, como na Operação Abismo, quando estava associada à Construcap em uma obra no Centro de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes).
A capixaba Matricial é especializada em construção e manutenção civil; tratamento anticorrosivo; recuperação de concreto e tapamentos Metálicos. Já a ADtranz atua com sistemas de energia, telecomunicações, automação, ventilação, com ênfase no segmento metroferroviário.
Fonte: Petronotícias