Em um país de dimensões continentais como o Brasil, os chamados Pequenos Reatores Modulares (SMRs na sigla em inglês) podem ser uma alternativa de geração de energia limpa em diferentes regiões. Por aqui, o debate sobre o uso dessa nova tecnologia ainda só está só no começo. No entanto, alguns outros países, como o Reino Unido, já estão mais avançados e preparam-se para instalar empreendimentos do tipo nos próximos anos. Por isso, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan) realiza hoje (30) um debate com especialistas brasileiros e britânicos para trocar experiências e debater o potencial do uso de SMRs no Brasil. O evento começará às 13h e será transmitido ao vivo pelo Petronotícias.
Na corrida entre os atores internacionais pelo domínio da tecnologia de SMRs, os britânicos estão com alguma vantagem. A Rolls Royce, por exemplo, planeja 16 mini-usinas nucleares para o Reino Unido nos próximos 20 anos. A companhia lidera um consórcio que pretende criar seis mil novos empregos nos próximos cinco anos com a construção desses empreendimentos. Quando o horizonte é ampliado para 15 anos, a expectativa de geração de postos de trabalho sobe para 40 mil, de acordo com a empresa. A tecnologia SMR é apontada como peça-chave para que o Reino Unido cumpra sua meta de atingir emissões de carbono zero até 2050.
No evento de hoje da Abdan, três representantes do setor energético britânico falarão sobre a tecnologia. O primeiro convidado será o diretor de políticas de habilitação no Departamento de Negócios, Energia & Estratégia Industrial do Governo Britânico, Alasdair Harper. Pelo lado da indústria, dois executivos da Rolls Royce: o diretor de estratégia e desenvolvimento de negócios da empresa, Alan Woods; e a diretora de negócios com os clientes, Sophie Macfarlane-Smith.
A abertura do evento será feita pelo vice-cônsul geral britânico do Rio de Janeiro, Anthony Preston. Pelo lado brasileiro, participarão o diretor de estudos econômico-energéticos e ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Giovani Vitória Machado; e o assessor especial de gestão estratégica do Ministério de Minas e Energia, Ney Zanella. A moderação do evento ficará nas mãos do presidente da Abdan, Celso Cunha.
Aqui no Brasil, a discussão sobre SMRs ainda está muito no começo. Mas já é um assunto que está no radar. Empresas do setor estão avaliando sinergias e possibilidades. Como já noticiamos, a Nuclep, por exemplo, declarou que está preparando-se para atender às possíveis novas demandas que poderão surgir no Brasil relacionadas a reatores modulares. “Eu realmente acho que os SMRs seriam muito importantes para o Brasil. É uma solução bastante inteligente, já que o país possui dimensão continental”, disse o presidente da Nuclep, Carlos Seixas, em entrevista ao Petronotícias.
Enquanto isso, agentes públicos estão discutindo a regulação e viabilidade econômica de colocar em prática a tecnologia. O Plano Nacional de Energia 2050 aponta para a criação de 8GW a 10GW de energia elétrica a partir da matriz nuclear nos próximos 30 anos. Mas sobre a tecnologia de SMRs, o documento diz que novos projetos baseados nesses modelos serão vistos após 2030, no caso de alcançarem maturidade tecnológica e competitividade.
Agenda: Webinar Small Modular Reactor (SMR)
Data: hoje (30 de junho), a partir das 13h
Transmissão ao vivo do Petronotícias
Organização do evento: Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan)