8 entrevistas que mostram que mulheres podem (e devem) ser fontes o ano inteiro

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epbr.com.br | 02/03/21


Editada por Nayara Machado
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O Dia Internacional da Mulher, celebrado ontem (8), trouxe aos holofotes — por um dia — uma questão que observamos todos os outros: o desequilíbrio entre a presença feminina e a masculina nos espaços de tomada de decisão.

Pesquisa da Page Executive mostra que a presença de mulheres em cargos de liderança cresceu 20% em 2020, no Brasil.

Embora possa parecer um avanço, a representatividade ainda é baixa: apenas 37% dos assentos de posições estratégicas são ocupados por mulheres.

Já um levantamento da empresa de recrutamento especializado Robert Half revela que, apesar de 76% das empresas reconhecerem os benefícios da igualdade de gênero no ambiente de trabalho, mais da metade (62%) das organizações ainda não tem políticas específicas para aumentar a participação de mulheres em cargos de liderança.

Outro dado que preocupa é a previsão do BID de que 80% dos novos empregos na economia de baixo carbono serão em setores dominados por homens. Ou seja, a transição energética não necessariamente será uma transição inclusiva, com diversidade.

Trazer essas questões à tona em um dia criado para isso é importante, mas dificilmente será suficiente para mudar esse quadro com velocidade.

Assim como precisamos de mais mulheres nos espaços de poder, precisamos delas também como formadoras de opinião, oferecendo suas visões estratégicas sobre as áreas em que atuam — e não apenas no dia 8 de março.

Em uma retrospectiva, selecionamos oito entrevistas — realizadas entre dezembro de 2020 e março de 2021 — com executivas e especialistas em energia e sustentabilidade, sobre diferentes temas.

Elas mostram por que a busca por mulheres nos cargos de liderança e como fonte de informação pode — e deve — fazer parte do nosso dia a dia.

Energia e equidade de gênero nas práticas de ESG

Entrevista com Heloísa Borges, diretora da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Ligia Schlittler, advogada especialista em Energia e fundadora do grupo Mulheres de Energia; na coluna Petropolítica, de Fernanda Delgado.

“[a ampliação do acesso à energia] traz impactos diferenciados sobre a igualdade de gênero. As mulheres se beneficiam proporcionalmente muito mais, porque ao trazer eletricidade para uma casa, a gente possibilita que aquela mulher possa empreender, dispenda menos tempo com as tarefas domésticas e tenha mais tempo para acessar o mercado de trabalho e buscar educação”, explica Heloísa Borges. Assista na coluna Petropolítica

Papel do petróleo no governo de Joe Biden

Fernanda Delgado, professora e assessora estratégica na FGV Energia, fala sobre o novo presidente dos Estados Unidos, a pauta energética norte-americana e os impactos na agenda brasileira.

“O trabalho de Joe Biden e Kamala Harris não será nada fácil. Reverter as ações que beneficiaram mineradoras, que geraram milhares de empregos e movimentaram uma enorme quantidade de capital, certamente vai ser um desafio”, comenta Fernanda. Assista na coluna Petropolítica

Políticas públicas, poluição e saúde nas cidades

A médica Evangelina Vormittag, uma das principais especialistas em gestão de sustentabilidade do Brasil, critica o pedido de adiamento da fase P8 do Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores) e dá um panorama sobre as causas da poluição no Brasil.

Ela explica que o principal desafio para resolver o problema da poluição nas cidades é fazer as políticas públicas funcionarem. Entre os exemplos de políticas que não são cumpridas, ela cita a inspeção veicular e o monitoramento da qualidade do ar. Leia em Diálogos da Transição

Colaboração britânica com Brasil no setor de energia

A embaixadora interina do Reino Unido no Brasil, Liz Davidson, fala sobre o projeto do primeiro-ministro Boris Johnson para pôr fim a novos apoios financeiros para combustíveis fósseis e como fica a colaboração bilateral em energia com o Brasil.

“Atualmente, este trabalho se concentra no gás natural como combustível de transição, biocombustíveis, biogás, eólica offshore, armazenamento de energia solar e smart grid”, explica a embaixadora interina. Leia a entrevista completa

Desafios para tornar concessões florestais negócios atrativos

Teresa Rossi, coordenadora de Projetos do Instituto Escolhas, explica que as concessões florestais no Brasil estão praticamente paradas por conta de dois grandes entraves: viabilidade econômica e governança.

Em entrevista, ela comenta um estudo do Escolhas sobre a Lei de Gestão das Florestas Públicas (11.284/2006), que identificou os principais pontos a serem modificados para impulsionar as concessões de florestas no país, com foco no desenvolvimento da bioeconomia, especialmente na região Amazônica. Leia em Diálogos da Transição

Metas do Brasil no Acordo de Paris

A epbr conversou ao vivo com Izabella Teixeira, co-presidente do Painel de Recursos Naturais da ONU (IRP-UNEP) e ex-ministra de Meio Ambiente, entre 2010 e 2016, sobre transição energética e políticas climáticas.

Izabella analisa o anúncio do governo para neutralizar emissões de gases de efeito estufa até 2060. Assista em epbr entrevista

Regulação no Novo Mercado de Gás

Symone Araújo, diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), destaca que o sistema de transporte gás natural é uma pré-condição para o mercado concorrencial.

“O que a gente tem que trabalhar é com previsibilidade, é preciso clareza das normas, mas também é importante que a gente tenha uma discussão em relação à nossa visão de futuro, onde a gente quer chegar com o mercado”, diz Symone. Assista em Backstage Rio Oil & Gas

Produção de óleo e gás combinada com geração renovável

Letícia Andrade, vice-presidente de Estratégia e Portfólio da Equinor no Brasil, fala sobre os projetos da empresa de energia que investe na produção de petróleo e gás natural no pós e pré-sal e na geração de energia renovável.

Ela comenta os planos de investimentos e eólicas offshore no Brasil, os entraves regulatórios e como isso vem sendo feito em outros países.  Assista em Backstage Rio Oil & Gas


Bônus: Sim, elas existem

A coluna quinzenal Sim, elas existem, publicada às quartas, convida mulheres especialistas no setor de energia a escrever sobre petróleo, gás natural, energia elétrica, biocombustíveis, transição energética e outros temas em evidência no setor de energia.

A estreia, em outubro de 2020, acendeu um debate acalorado sobre o futuro do mercado de biodiesel diante do novo cenário downstream.

Danielle Ornelas (ANP) e Marisa Barros (MME) apresentaram a visão do governo sobre o tema, enquanto em outra frente, Fabíola de Paula Ditzel, Fernanda Bocchi, Hilda Pereira, Janaína Lemes e Cindy Moreira trouxeram a visão do setor produtivo.


Curtas

A meta de alcançar a universalização do acesso à água e esgoto até 2033, determinada pelo Marco Legal do Saneamento Básico, pode levar o Brasil a ter investimentos da ordem de R$ 50 bilhões por ano. A estimativa foi apresentada por Teresa Vernaglia, CEO da BRK Ambiental, durante o webinar “Energia, política e economia no feminino”. epbr

Empresas que apostam em diversidade de gênero e étnica podem ampliar seus lucros em 15% e 35%, respectivamente, diz Selma Moreira, diretora do Fundo Baobá para Equidade Racial. Os dados, apresentados durante o Expert ESG, são da empresa de consultoria McKinsey. epbr

Alta no diesel opõe setor de biodiesel e de transportes. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) defende redução a zero da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, para compensar a alta no combustível. Já os produtores alegam que a proposta ignora benefícios do biocombustível, como o fato de o biodiesel negociado em leilões bimestrais ter preços mais previsíveis. epbr

Diesel renovável. Os departamentos de Agricultura e Energia dos EUA planejam alterar dois relatórios mensais para contabilizar o rápido crescimento do setor de diesel renovável. Demanda crescente faz parte de uma ampla transição global rumo aos combustíveis “verdes”, e pode aumentar os preços de safras como soja e canola. Reuters/UOL

A EDP planeja triplicar os pontos de carregamento elétricos no Brasil até o final de 2022. Segundo a companhia, os projetos em mobilidade elétrica apresentados à Aneel representam investimentos acima de R$ 50 milhões. O principal deles, que tem a Porsche como parceira, prevê a instalação de 30 postos de carregamento ultrarrápido que vão cobrir todo o estado de São Paulo até o ano que vem. epbr

A fonte solar fotovoltaica representa 62,5% da potência cadastrada para leilões A-3 e A-4 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), segundo cálculos da Absolar. Ao todo, foram cadastrados 1.841 projetos, totalizando 66,8 gigawatts (GW) de potência. Os leilões vão incluir projetos solares fotovoltaicos, eólicos, hidrelétricos e termelétricos a biomassa, com previsão de entrada em operação dentro de 3 anos e 4 anos, respectivamente.  Valor

Resolução prioriza investimentos em sete áreas energéticas. O presidente da República, Jair Bolsonaro, aprovou nesta terça (9) a Resolução nº 2, de 2021, do CNPE, que prioriza investimentos regulados de pesquisa e desenvolvimento em sete temas: hidrogênio, energia nuclear, biocombustíveis, armazenamento de energia, tecnologias para a geração termelétrica sustentável, transformação digital e minerais estratégicos para o setor energético. MME


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