O segundo reator da usina nuclear de Laguna Verde, no México, recebeu uma extensão de sua licença de operação, levando a vida útil da usina para meados da década de 2050. A energia nuclear é vista como duplicando sua contribuição no cumprimento das metas do México para 2050.
Laguna Verde é a única usina nuclear de propriedade e operada pela Comisión Federal de Electricidad (CFE), na Costa do Golfo do país, e vem gerando eletricidade desde 1989, quando a unidade 1 começou. A unidade 2 seguiu cinco anos depois. Ambas tem reatores de água fervente de 775 MWe fornecidos pela GE.
O trabalho de preparação da unidade 2 para operação de longo prazo foi autorizado pelo ministro da Energia Rocío Nahle García e realizado pela CFE. Isso foi avaliado para atender às regulamentações da Comissão Nacional de Segurança e Salvaguardas Nucleares (CNSNS), que emitiu a licença renovada em 25 de agosto para que a unidade 2 possa continuar gerando energia até 10 de abril de 2055.
Com essa extensão, a CFE disse que “permanece na vanguarda da produção de energia limpa no país e persiste como garantidora da confiabilidade do sistema elétrico nacional”. Laguna Verde 1 completou o mesmo processo em 2020, recebendo uma nova licença de tal forma que atualmente está para operar até 2050.
MÉXICO PODE DOBRAR ENERGIA NUCLEAR?
A energia nuclear de Laguna Verde fornece de 3 a 4% da eletricidade do México – apenas uma fração da maior fonte do país, o gás, responsável por 63%, e de petróleo, que produzor até 10%.
Há muito se discute a expansão da energia nuclear no México sem um compromisso político firme. Mais recentemente, em 2019, foi proposto adicionar dois novos reatores de grande porte em Laguna Verde, e mais dois em um novo local na costa do Pacífico. Um relatório emitido pelo Ministério da Energia na semana passada correlacionou-se um pouco com isso, sem fornecer detalhes políticos.
O relatório sobre o potencial do setor elétrico mexicano para mitigar as emissões de dióxido de carbono reiterou que a Lei de Transição Energética especifica que 35% da eletricidade deve vir de fontes limpas até 2024, e para que chegue a 39,9% em 2033, e 50% em 2050.
Em suas projeções, o relatório prevê que a energia nuclear continue produzindo seus atuais 11,8 GWh de eletricidade por ano até 2028 e para isso mais do que dobre para cerca de 23,5 GWh a partir de 2031. Isso implica a adição de novas capacidades nucleares além de Laguna Verde, mas nenhum detalhe foi fornecido.
Fonte: World Nuclear News