O presidente da ABDAN, Celso Cunha, participou da 19ª Edição do ENASE em um painel dedicado a pensar a matriz elétrica, com representantes da ABRAPCH, ABRAGET, ABCM, ABRAGE e ABRATE.
“Foi muito importante este debate aberto que ajudou a mostrar o que precisamos aprender com tudo que vivenciamos com crise hídrica, COVID… Ver que os SMRs estão na pauta é muito importante”, destacou Cunha.
O palestrante convidado, Luiz Augusto Barroso, presidente da PSR, abriu o debate fazendo uma provocação em relação às diversas fontes de energia e os desafios da competitividade. De acordo com ele, ter resiliência a eventos severos e flexibilizar a geração e a transmissão foram algumas das lições aprendidas com a crise hídrica do ano passado.
“A flexibilização é uma agenda que vem sendo perseguida desde 2016, mas a complexa governança setorial dificulta a implementação de muitas medidas”, afirmou.
E o futuro se desenha repleto de incertezas. Hoje, temos tecnologias já consolidadas. A próxima onda vem com hidrogênio, nuclear e dispositivos flexíveis, e mais pra frente, as rupturas tecnológicas, como fusão nuclear e geotérmica ultra profunda. Para pensar o futuro da matriz, segundo Barroso, é importante ter um equilíbrio entre quatro eixos: eficiência, confiabilidade, flexibilidade e resiliência.
“Resiliência significa diversificação. Esse é um desafio global e a chave para começar a integrar as tecnologias no Brasil”, comentou.
A “demonização” das hidrelétricas também foi criticada, já que o Brasil é um país com forte vocação hídrica. As usinas hidrelétricas, seja em crise ou fora de crise, são necessárias e imprescindíveis para o país.
Outro ponto levantado no painel foi a dificuldade de se planejar uma matriz 100% renovável, no curto e médio prazo. Os especialistas alertaram que temos que levar em consideração os períodos críticos climáticos e, com diante deste cenário, as hidrelétricas se tornam indispensáveis e dão confiabilidade ao sistema.