Setor nuclear reage à saída de Bento Albuquerque do MME

O presidente Jair Bolsonaro (PL) alterou o comando do Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira (11).

Em decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU), Bento Albuquerque foi exonerado, a pedido, e Adolfo Sachsida foi nomeado para o cargo.

Sachsida era chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia. Doutor em Economia e advogado, o novo ministro é autor de vários livros e artigos técnicos sobre política econômica, política monetária, política fiscal, avaliação de políticas públicas, e tributação.

Também foi professor em universidades brasileiras, como a Universidade Católica de Brasília, e do exterior, como a Universidade do Texas nos Estados Unidos.

Bento Albuquerque foi nomeado para o Ministério de Minas e Energia em novembro de 2018 e era um dos poucos ministros restantes do quadro inicial do governo federal.

A saída de Albuquerque pegou muitos de surpresa e foi vista como uma grande perda por representantes do setor nuclear.

‘Uma perda grande para o setor energético do Brasil. Agradeço as contribuições significativas e impacto ao setor nuclear. Listo a restruturação do setor com impacto na Eletronuclear, INB e Nuclep; progresso em Angra 3; a formação do novo órgão regulatório nuclear; inclusão de nova capacidade nuclear no PNE2050 e PDE2031; foco e interesse em SMRs; incentivo ao hidrogênio limpo incluindo nuclear como fonte…são muitas contribuições”, destacou o presidente da ABDAN, Celso Cunha.

“Tendo sido sempre um defensor da area nuclear, a saida do ex-ministro Bento poderá representar uma perda para o nosso setor. A ver como se posicionara o novo ministro e se haverá outras mudanças”, afirmou o presidente da Tecnatom Brasil, Carlos Otton.

Antes de chegar ao comando do MME, Albuquerque chefiou a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, ocasião em que esteve à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear da Marinha (PNM), os principais Programas Estratégicos da força naval.

Devido ao conhecimento que possui sobre a energia nuclear, sua gestão no Ministério de Minas e Energia foi marcada por uma valorização da fonte. O Plano Nacional de Energia 2050 incluiu a indicação de 8 GW a 10 GW de novas centrais nucleares no país durante os próximos 30 anos. Além disso, outra novidade importante com a assinatura de Albuquerque foi a inclusão da fonte nuclear nos planejamentos de 10 anos. O Plano Decenal de Energia 2031 indicou a construção de uma nova usina nuclear de 1 GW no Sudeste.

Com informações de CNN Brasil e Petronotícias