A Bélgica decidiu que os reatores nucleares Doel 4 e Tihange 3 poderão continuar operando além de 2025, desde que certas atualizações de segurança sejam realizadas, disse a Agência Federal de Controle Nuclear da Bélgica (FANC). O governo deve tomar uma decisão rápida sobre sua operação de longo prazo e desenvolver uma abordagem global com todos os atores envolvidos. Para lembrar, em dezembro, o governo de coalizão da Bélgica disse que iria fechar suas usinas nucleares existentes até 2025. De acordo com o plano, Doel 3 e Tihange 2 seriam fechados em 2022 e 2023, respectivamente. Os novos Doel 4 e Tihange 3 seriam fechados até 2025. No entanto, solicitou à FANC que considerasse a operação estendida dos dois reatores mais novos se um relatório do operador da rede Elia, com vencimento em 18 de março, mostrar que a segurança do fornecimento de energia será comprometida após 2025 sem energia nuclear.
A FANC apresentou agora sua análise de uma possível extensão do período de operação de Doel 4 e Tihange 3 ao governo federal. O relatório analisa e lista as decisões a serem tomadas e as ações a serem implementadas no curto e médio prazo para poder operar os reatores por mais tempo do que o esperado, caso essa prorrogação se mostre necessária para garantir o fornecimento de energia além de 2025. A operação continuada das unidades é referido como “Plano B”. O regulador disse que a operação de longo prazo (LTO) dos reatores é possível do ponto de vista da segurança nuclear, embora com modificações regulatórias necessárias e melhorias na segurança das instalações.
Todos os reatores nucleares belgas cumprem os requisitos de segurança. Esses regulamentos foram reforçados em 2020 por requisitos adicionais que serão aplicados a partir de 2025. Para o regulador belga, os reatores mais novos em Doel 4 e Tihange 3 já estão em conformidade com esses novos requisitos, mesmo que certas melhorias devam ser feitas em termos de segurança. A ANC disse que deve ser feita uma distinção entre os “requisitos essenciais” que as instalações devem cumprir para operar plenamente os novos requisitos adicionais. Cabe à operadora Engie Electrabel apresentar um chamado ‘arquivo LTO’ com o plano de ação que o acompanha à FANC. Tal plano descreve como o operador deseja melhorar o projeto de segurança, como lida com a obsolescência de suas instalações e quais fatores humanos levará em conta no futuro. Qualquer ampliação da operação das unidades também exigirá a realização de um estudo de impacto ambiental. A FANC disse que o procedimento a adotar deverá ser o mesmo que se segue atualmente no âmbito do prolongamento da vida útil das unidades Doel 1 e 2.
Fonte: Petronotícias