A instalação da comissão especial que vai analisar o projeto de lei de privatização da Eletrobrás foi adiada. A decisão foi tomada pelo deputado Nelson Marchezelli (PTB-SP), decano da comissão e membro da base aliada, o que mostra que o governo deve enfrentar dificuldades para aprovar o projeto neste ano.
O deputado decidiu acatar uma questão de ordem apresentada pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), da oposição. Em uma manobra para obstruir as discussões, Chinaglia mencionou o regimento interno da Câmara e disse que a comissão especial do PL da Eletrobrás não poderia funcionar antes que as comissões permanentes da Câmara fossem instaladas. Isso porque, segundo ele, o regimento prevê que metade dos membros da comissão especial devem ser membros das comissões permanentes.
No comando dos trabalhos, Marchezelli disse que havia duas irregularidades na sessão desta terça-feira, 6. Uma delas era a questão das comissões permanentes ainda não instaladas. A outra, na avaliação dele, é que foi registrada a presença de 18 deputados, quórum mínimo necessário para abrir as discussões, mas, em seguida, verificou-se a presença de apenas 16 parlamentares.
“Não pode começar a discussão de uma privatização dessa envergadura desse jeito”, afirmou. O governo deve recorrer da decisão de Marchezelli. A decisão final sobre o imbróglio deve ser tomada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Relator do projeto, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) lamentou o adiamento do início das discussões sobre a privatização da Eletrobrás. “Não é a que eu tomaria, mas respeito”, afirmou. Ainda não há previsão sobre quando os trabalhos da comissão devem ser retomados. “Espero que o mais rápido possível”, disse.