Em relação ao editorial “Está na hora de o Brasil discutir os prós e contras da energia nuclear”, publicado pelo jornal “O Globo” nesta segunda-feira (15), a Eletronuclear repudia a afirmação do veículo de que as usinas de Angra dos Reis têm um histórico sofrível.
Esse ano, Angra 2 completou 20 anos de operação comercial, tendo gerado mais de 200 milhões de megawatts-hora (MWh). Ao entrar em funcionamento, a usina foi fundamental para reduzir o impacto do racionamento de energia em vigor na época. De lá para cá, a unidade teve desempenho exemplar. Em 2017, a unidade bateu seu recorde de produção, com 11.535.500 MWh gerados. Naquele ano, foi a 9ª usina nuclear que mais gerou energia no mundo.
Em 2019, Angra 2 produziu 10.582.662 MWh e operou com fator de capacidade de 89,38%, ficando atrás apenas de Angra 1 nesse quesito, levando em conta todas as fontes de geração. No ano passado, a unidade também teve geração significativa, alcançando 9.448.896 MWh, além de fator de capacidade de 79,44%.
Já Angra 1 enfrentou problemas com alguns equipamentos nos primeiros anos de operação, o que prejudicou seu funcionamento. No entanto, essas questões foram sanadas em meados da década de 1990, fazendo com que a unidade passasse a operar com um padrão de desempenho de nível internacional.
Em 2019, a usina teve a maior produção de sua história, com 5.546.164 MWh. Além disso, fechou o ano com fator de capacidade de 98,21%, o maior entre as usinas brasileiras, incluindo todas as fontes. A planta também teve uma performance relevante em 2020, com uma produção de 4.603.623 MWh e fator de capacidade de 81,26%.
Vale ressaltar que Angra 1 e 2 operam na base do sistema, próximas aos principais centros de consumo do Brasil, com uma confiabilidade muito grande, o que proporciona estabilidade ao sistema interligado. A energia gerada por ambas as usinas equivale a cerca de 40% do consumo do estado do Rio de Janeiro e quase 3% do consumo nacional.
Em 2020, a geração de Angra 1 e 2 seria suficiente para abastecer praticamente todo o estado de Pernambuco ou, com sobra, os estados do Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe juntos. Nesse ano, a produção das usinas nucleares tem sido especialmente importante para garantir o abastecimento de energia para a população, pois o país enfrenta sua maior seca em 90 anos, o que vem se refletindo no nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a interrupção na operação de Angra 1 e 2 poderia resultar num aumento no custo total de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) da ordem de R$ 60 bilhões até dezembro de 2025. Ainda de acordo com a entidade, as usinas nucleares são fontes preferenciais para despacho, seja por mérito econômico ou por razões de segurança eletroenergética. Também por conta dos altos índices de disponibilidade de geração e confiabilidade.
Fonte: Eletronuclear