Marinha anuncia conclusão da primeira fase da Usina de Enriquecimento de Urânio, tecnologia nuclear de ponta 100% brasileira

A Marinha do Brasil está avançando no setor de energia nuclear em busca da independência no segmento. O Brasil inaugurou recentemente a primeira fase da Usina de Enriquecimento de Urânio.

A expansão da população mundial necessita de um investimento cada vez melhor em termos de fontes limpas de energia e custo acessível, como é o caso da tecnologia nuclear. O Brasil é um dos pioneiros globais quando se trata de enriquecimento de urânio e, com a participação da Marinha do Brasil, contribui para o domínio do ciclo do combustível nuclear do País. Essa iniciativa favorece a geração de eletricidade nas Usinas Nucleares em Angra dos Reis, no estado do RJ, gerando benefícios à sociedade em vários setores.

Dados da World Nuclear Association, afirmam que o Brasil faz parte de um grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor de energia nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diversas capacidades industriais de produção.

A finalização da primeira fase de Usina de Enriquecimento, no dia 25 do último mês, em Resende (RJ), é visto como um marco para o setor no país, tendo em vista que a expansão do empreendimento reduzirá a dependência na contratação do serviço de enriquecimento isotópico no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares brasileiras.

No evento, também foi inaugurada a 10ª cascata de ultracentrífugas da usina, pela Indústrias Nucleares do Brasil, é o conjunto de equipamentos que geram energia e aumentam a capacidade de produção da usina de Angra 1 em 70%.

O Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), ao lado do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), foram responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia nuclear de enriquecimento do urânio pelo processo de ultracentrifugação.

Segundo o Diretor do CTMSP, Vice-Almirante Engenheiro Naval, Guilherme Dionizio Alves, ao longo de 22 anos, quatro módulos foram entregues, totalizando 10 cascatas em um projeto que beneficia a autonomia brasileira no setor de energia nuclear, uma vez que implementa, sob visão comercial, uma tecnologia criada pela Marinha do Brasil.

Marinha do Brasil é responsável pela produção da tecnologia nuclear

Ainda de acordo com Dionizio, o Brasil se encontra em uma posição de destaque, tendo em vista que possui uma das maiores reservas de urânio do mundo, além de ser um dos poucos países capaz de dominar a tecnologia nuclear do ciclo do combustível completo.

A Marinha do Brasil é responsável pela produção, comissionamento e instalação das cascatas de ultracentrífugas. A busca pelo domínio desta tecnologia começou no final dos anos 70, com uma parceria entre a MB e o IPEN, permitindo o começo do desenvolvimento da tecnologia de ultracentrifugação.

Nos anos 2000, foi assinado um contrato de fornecimento de sistemas de separação isotópica entre a MB e a INB, onde estavam inclusos a produção e a instalação de dez cascatas para enriquecimento de urânio.

shoppingmode nova cascata permitirá um aumento e contribuirá para uma maior independência do Brasil na produção do combustível no momento em que o mundo tem priorizado a retomada da energia nucleoelétrica global. 

Marinha planeja desenvolver submarino com tecnologia nuclear 

A tecnologia desenvolvida pela Marinha do Brasil para o Enriquecimento de Urânio servirá tanto para a geração de eletricidade, como também para a construção de um submarino que utiliza propulsão nuclear.

O Programa Nuclear Da Marinha teve início em 1979, devido à necessidade estratégica do Brasil de possuir submarinos com propulsão nuclear. Concebido para utilizar a tecnologia nuclear totalmente brasileira e independente, o Programa foi dividido em duas vertentes: o domínio do ciclo do combustível nuclear e o desenvolvimento de uma planta nuclear embarcada atualmente, graças ao PNM, o Brasil domina o ciclo completo do enriquecimento do combustível e está construindo no Centro Industrial Nuclear de Aramar, no município de Iperó (SP), um Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE).

Fonte: Click Petróleo e Gás