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Sexta-feira (28) foi o último dia da Conferência Ministerial Internacional sobre Energia Nuclear no século 21, em Washignton, nos Estados Unidos. O evento, organizado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), reuniu ministros, formuladores de políticas, executivos e especialistas para debater o papel da energia nuclear na transição para fontes de energia limpa, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e mitigando as mudanças climáticas. O Brasil, que está prestes a retomar as obras de Angra 3, foi representado por uma delegação liderada pelo embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Foster. Durante o evento, ele fez um pronunciamento e reafirmou o compromisso do Governo Brasileiro com a expansão da participação da geração nuclear na nossa matriz energética.
O ex-presidente da Eletronuclear Leonam Guimarães também está na comitiva. Durante o evento, ele participou de um painel que discutiu as condições para uma implantação mais ampla da energia nuclear. Guimarães e os demais palestrantes discutiram como os países deveriam criar um ambiente propício para o uso seguro, protegido e sustentável da energia nuclear.
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Além disso, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) também acompanha as discussões durante a conferência. A entidade está sendo representada pelo seu vice-presidente, Paulo Coelho. Ele destacou que alguns dos temas debatidos até aqui no evento incluem o compromisso do Brasil na expansão da fonte nuclear na matriz energética; e a necessidade da criação de uma cadeia de suprimento global, que viabilize a implementação dos chamados pequenos reatores modulares (SMR).
A comitiva brasileira na conferência conta ainda com o Ministro-Conselheiro da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Rodrigo Godinho; a Subchefe da Divisão de Energia e Mineração do Ministério das Relações Exteriores, Laís de Souza Garcia; e o Chefe do setor de Energia da Embaixada do Brasil em Washington, João Marcelo Conte Cornetet. O Ministério de Minas e Energia também enviou dois representantes: a Analista de Infraestrutura Liliane Ferreira da Silva e a Assessora Especial de Gestão Estratégica, Ysis Feitosa da Silva.
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Ainda durante a conferência, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, expressou grandes esperanças de usar a energia nuclear para enfrentar os principais desafios das mudanças climáticas ao desenvolvimento sustentável. Em meio aos desafios globais, Grossi disse ver “grandes esperanças” de que o mundo “pode realizar esse imperativo da época: trazer as soluções em termos de prosperidade, em termos de crescimento, em termos de cuidar da casa comum, nosso planeta, através dos usos benéficos da energia nuclear”. Ele acrescentou: “Esse é o desafio. E é isso que vamos discutir hoje e durante a conferência”.
Atualmente, a nuclear é a segunda maior fonte global de eletricidade de baixo carbono, atrás apenas da fonte hidrelétrica, e fornece cerca de 10% da eletricidade do mundo. Ao produzir um fornecimento constante de eletricidade de baixo carbono, bem como calor industrial e hidrogênio, a energia nuclear pode ajudar a descarbonizar setores que possuam dificuldade em reduzir as emissões, como a indústria. Seu uso evitou a liberação de cerca de 70 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera nos últimos 50 anos e continua a evitar mais de 1Gt de emissões de CO2 a cada ano.
Fonte: Petronotícias