A Rússia tomou formalmente a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, que as forças de Moscou ocupam há meses, de acordo com um decreto assinado pelo presidente Vladimir Putin e publicado na quarta-feira (5).
“O governo deve garantir que as instalações nucleares da usina […] sejam aceitas como propriedade federal”, diz o decreto, publicado dias antes de uma possível visita à Rússia do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi.
A fábrica, a maior da Europa, está localizada na região de Zaporizhzhia, um dos territórios ucranianos que a Rússia anexou formalmente na semana passada. A usina fica próxima à linha que separa os territórios controlados por Kiev e os ocupados por Moscou.
“O governo deve garantir que as instalações nucleares da usina […] sejam aceitas como propriedade federal”, afirma o decreto russo.
Por sua parte, a operadora nuclear ucraniana Energoatom afirmou que considera o decreto de Putin “nulo e sem valor, absurdo e inadequado”.
“A central de Zaporizhzhia continuará operando na Ucrânia, conforme a legislação ucraniana, no sistema de energa ucraniano, o Energoatom”, acrescentou a empresa no Telegram.
Depois que a gestão administrativa da usina foi transferida para os russos na quarta-feira, a operadora nuclear ucraniana ficou indignada com “a criação de pseudo-empresas com nomes de empresas ucranianas”.
A decisão russa mostra “a agonia do mundo imaginário louco do país agressor”, criticou a Energoatom.
Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente de bombardear o complexo há vários meses. Os ataques levantam temores sobre a possibilidade de uma catástrofe nuclear semelhante à que ocorreu em Chernobyl em 1986.
Fonte: Yahoo! Notícias