Principal cientista bélico e engenheiro nuclear da China, Peng Xianjue, disse que a energia de fusão nuclear, a “joia da ciência chinesa”, está a seis anos de se tornar uma realidade para o país.
Nenhum país até agora conseguiu construir uma instalação que gerasse mais energia do que é possível pelo processo de fissão. Mas a China, segundo Peng Xianjue, renomado cientista bélico, está muito perto disso.
Segundo ele, o governo chinês aprovou a construção da maior usina de energia de fusão do mundo, com planos de gerar energia nuclear até 2028. Com isso, o país será o primeiro do mundo a alcançar a fonte de energia.
“A ignição por fusão é a joia da coroa da ciência e tecnologia no mundo de hoje”, disse Peng Xianjue, professor da Academia Chinesa de Engenharia Física, segundo informações do South China Morning Post.
Peng é o responsável pelo desenvolvimento de algumas das pequenas ogivas nucleares mais avançadas da China. Ele atuou, nas últimas décadas, como principal conselheiro do programa de armas nucleares do país.
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Em entrevista, ele explicou que a máquina Z-pinch — que replica as reações de fusão de uma bomba termonuclear por meio da pressão magnética criada por um pulso elétrico extremamente forte — deve ser concluída por volta de 2025 em Chengdu, capital da província de Sichuan.
A máquina produzirá 50 milhões de amperes de eletricidade — cerca de duas vezes mais do que a instalação de energia pulsada Z, um dispositivo semelhante nos Laboratórios Nacionais de Sandia, nos EUA, disse Peng.
A energia de fusão
Potências nucleares como EUA, Rússia e China construíram uma série de máquinas Z-pinch nas últimas décadas — algumas das quais nunca foram oficialmente divulgadas — para simular as condições extremas necessárias para desenvolver armas atômicas.
Essas instalações podem armazenar uma enorme quantidade de eletricidade e liberá-la em apenas alguns nanossegundos. O pulso elétrico pode criar pressão extrema e radiação suficiente para que dois átomos leves se “fundam” em um mais pesado e cedam alguma massa na forma de energia.
Construir uma máquina que possa produzir mais energia de fusão é extremamente difícil. Até agora, nenhum país teve sucesso. Peng disse, entretanto, que muitos desses problemas foram resolvidos graças a novas descobertas científicas e avanços técnicos dos cientistas nucleares chineses nos últimos anos.
Os pesquisadores disseram que a futura usina poderia usar minério de urânio natural, o resíduo nuclear produzido pelos reatores de hoje, ou tório, que poderia atender à demanda de energia por milhares — ou mesmo dezenas de milhares – de anos, produzindo poucos resíduos radioativos.
E como a explosão de fusão ocorrerá apenas uma vez a cada dez segundos, será incapaz de gerar energia suficiente para iniciar uma reação em cadeia e causar um colapso, tornando o projeto seguro e adequado para a maioria dos lugares da Terra, disseram eles. (com agência Sputnik Brasil)
Fonte: Jornal do Brasil