O engenheiro nuclear Rafael Komatsu, lotado na Diretoria Técnica da Amazul, representou o Brasil em dois eventos internacionais do setor nuclear.
Entre 17 e 19 de julho, Rafael participou do Fórum Global para Inovação Nuclear 2022, realizado em Londres pelo National Nuclear Laboratory (NNL, do Reino Unido), Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Agência de Energia Nuclear (NEA), Electric Power Research Institute (EPRI, dos Estados Unidos), e a empresa francesa EDF.
Formado em 2019, o fórum é um esforço coletivo para acelerar a inovação do setor e garantir que a energia nuclear, considerada limpa por não emitir gases de efeito estufa, contribua para o enfrentamento da crise climática global.
O fórum discutiu os aspectos comportamentais exigidos para implementar novidades tecnológicas nas organizações, como a coragem, o desafio, a diversidade de ideias e o role modelling (ser uma referência para multiplicar a atitude inovadora).
“Foi uma oportunidade interessante de encontrar pessoas jovens em posições estratégicas nas grandes empresas, totalmente ligadas à inovação no setor nuclear e com dificuldades semelhantes às nossas”, disse Rafael, lembrando que as barreiras contra a inovação são comuns ao redor do mundo.
Uma dessas barreiras é a questão regulatória (legislação). A indústria nuclear é muito cuidadosa antes de adotar qualquer inovação por causa da segurança nuclear. “O evento buscou mostrar que a segurança não é um impeditivo para a inovação”, comentou o engenheiro.
Technical Meeting
Rafael também participou do Technical Meeting on Fostering Innovation for the Sustainability of the Existing Fleet of Nuclear Power Reactors, evento promovido pela AIEA nos dias 20 e 21 de julho, e visitou o canteiro de obras da usina nuclear Hinkley Point C, na vila de Cannington, no sudoeste da Inglaterra. A usina, que será equipada com dois reatores tipo EPR (European Pressurised Reactor), está sendo construída pela francesa EDF e terá a capacidade de produzir 3.260 megawatts elétricos – equivalente a 7% do consumo de energia elétrica do Reino Unido, o suficiente para abastecer 5 milhões de residências.
Rafael viajou a convite da AIEA devido às pesquisas desenvolvidas durante sua graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre uso da tecnologia nuclear para produção de hidrogênio. O hidrogênio é potencialmente um combustível limpo, capaz de gerar calor/energia sem emissão dos gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. No entanto, a forma dominante de produção do hidrogênio no mundo é a partir de combustíveis fósseis, como o metano. “Com a tecnologia nuclear, você elimina a emissão desses gases na produção do hidrogênio”, explicou o engenheiro da Amazul.
Para mais informações sobre o Fórum Global para Inovação Nuclear, visite: www.globalnuclearinnovation.com