Durante a maior feira da indústria naval e offshore da América Latina, a Nuclebrás Equipamentos Pesados vai mostrar outras atividades mais recentes, como a fabricação do terceiro condensador da usina nuclear de Angra 3 e projetos de fabricação de torres de transmissão elétricas e eólicas
Concluir as demandas dos contratos vigentes, em médio e longo prazo, e estender os contratos no setor de óleo e gás são as prioridades da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) – empresa voltada para quatro segmentos: defesa, energia, nuclear e óleo e gás. “Atualmente, temos contratos ativos em cada um desses setores, o que é muito importante para o desenvolvimento industrial e estratégico do nosso país”, ressaltou, à Portos e Navios, o contra-almirante da Marinha do Brasil Carlos Henrique Silva Seixas, que também preside a Nuclep.
“Com muita dedicação e trabalho, nós conseguimos aumentar a quantidade de contratos existentes, abrindo um leque de possibilidades para o crescimento da Nuclep, uma empresa enorme e estratégica aos setores nuclear e de defesa do Brasil”, reforçou o executivo.
Mais uma vez, a companhia vai estar presente na Navalshore, a maior feira da indústria naval e offshore da América Latina.
Durante a exposição, a Nuclebrás Equipamentos Pesados vai mostrar seus últimos trabalhos, como é o caso do projeto de submarino nuclear, que promete revolucionar a história do setor de defesa do Brasil.
“Nós estamos fabricando a seção 40 do reator nuclear do Laboratório de Geração Núcleo Elétrico (Labgene), que é o protótipo – em escala um para um – daquilo que será o primeiro submarino de propulsão nuclear da nossa Marinha”, contou Seixas.
De acordo com ele, ao atuar no segmento de caldeiraria pesada, a Nuclep tem possibilidades de fazer grandes projetos navais, tais como os cascos resistentes dos submarinos que ela já fabricou e, mais adiante, o submarino de propulsão nuclear.
“Somos capacitados para construir o casco de navios para nossa frota naval. Quem sabe, no futuro, vamos poder produzir novos submarinos em conjunto com a nossa parceira Itaguaí Construções Navais (ICN). Quem sabe, juntas, possamos até exportar submarinos para ‘países irmãos’. Existe essa possibilidade que, logicamente, não é para amanhã. Mas temos de estudar e nos dedicar para isso”, comentou o executivo.
Outras atividades da empresa
Na área nuclear, citou o contra-almirante da Marinha, a Nuclep está terminando o terceiro condensador da usina nuclear de Angra 3: “Dentro desse mesmo segmento, temos a perspectiva de assinar – em pequeno, médio e longo prazo – um novo contrato com a Eletronuclear, para a fabricação de trocadores de calor dessa usina, além de instalarmos os equipamentos destinados a ela e que se encontram na Nuclep”.
No setor de óleo e gás, a empresa já cumpriu o contrato com a Franks International, para a soldagem de tubulações que vão ser entregues à Petrobras. “Na área de energia, atuamos na recém-inaugurada fábrica de estruturas metálicas para torres de transmissão de energia. Estamos nos especializando para fabricar quaisquer tipos de torres de transmissão, sejam elas elétricas ou eólicas. Estamos, nesse momento, encerrando um contrato que já está em fase de entrega. O mais importante é que a nossa empresa está atenta e procura absorver as necessidades e a demandas do nosso país”, disse o presidente da Nuclebrás Equipamentos Pesados.
Em relação ao setor naval, ele ressaltou que a Nuclep é uma empresa integrante do Cluster Naval Tecnológico do Rio de Janeiro, que reúne diversas empresas em um mesmo propósito: proporcionar o rápido crescimento da indústria naval. “Estamos passando por um momento difícil nesse segmento no Brasil. Temos dificuldades, no entanto, elas são consequências dos problemas econômicos que tivemos, recentemente. Mas vislumbramos um futuro promissor para o setor e o Cluster vai contribuir para que possamos integrar as indústrias, para voltarmos a ser uma indústria naval pungente no mundo, assim como nós fomos no passado. Temos uma expectativa muito positiva para que, em um futuro próximo, essa área vá se recuperar e ressurgir com bastante força, pois, potencial para isso nós temos de sobra”, analisou Seixas.
Fonte: Portos e Navios