O novo ministro da indústria, Yasutoshi Nishimura, prometeu garantir suprimentos de energia estáveis para o Japão, inclusive através de um aumento do uso de energia nuclear.
O Japão parece ter energia suficiente para passar pelo verão escaldante, mas a taxa de reserva de eletricidade diminuirá ainda mais neste inverno, já que a maioria das usinas nucleares do país permanece offline devido a regulamentações de segurança mais rigorosas introduzidas após o desastre nuclear de Fukushima em 2011.
Um número crescente de usinas térmicas envelhecidas no país também foram fechadas.
“Para garantir o fornecimento de energia estável, exploraremos todas as opções necessárias, incluindo aproveitar a energia nuclear depois que a segurança for garantida”, disse Nishimura em uma coletiva de imprensa depois que assumiu o cargo na quarta-feira do cargo de ministro da economia, comércio e indústria em uma reformulação do Gabinete.
Questionado se pretende permitir que as empresas de energia construam novas usinas nucleares ou substituam as existentes, Nishimura disse que não tem intenções de fazê-lo neste momento, de acordo com a política do governo.
Antes da conferência de imprensa de Nishimura, o primeiro-ministro Fumio Kishida expressou esperança de que seu novo ministro da indústria encontre uma maneira de garantir suprimentos de energia estáveis a preços razoáveis. Esse obstáculo precisa ser resolvido antes que a economia do país possa passar por uma transformação verde — um componente crítico da visão de Kishida para o chamado novo capitalismo.
Nishimura disse que a energia nuclear é uma fonte de eletricidade crítica para alcançar uma sociedade neutra em carbono.
O Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) avançará constantemente as medidas necessárias para o futuro, como “pesquisa e desenvolvimento de reatores de última geração e avançados, fomentando recursos humanos e manutenção e reforço de uma cadeia de suprimentos nucleares”, disse ele.
Em relação ao projeto de petróleo e gás Sakhalin-2 no Extremo Oriente russo, Nishimura disse que não há mudança de política em relação ao plano do governo de manter suas participações no projeto, pois é vital para o fornecimento estável de gás natural.
O ministro acrescentou que planeja trocar opiniões com duas casas comerciais japonesas que vêm investindo no projeto.
A Mitsui & Co. e a Mitsubishi Corp. detêm 12,5% e 10% de participação no Sakhalin-2, respectivamente, e precisam informar o governo russo sobre se se juntarão a uma nova empresa operacional do projeto até 4 de setembro, com base em um decreto assinado pelo presidente russo Vladimir Putin.
Além da questão do fornecimento de energia estável, o METI enfrenta múltiplas pendências, como a recuperação do desastre nuclear de Fukushima e um plano para descarregar água tratada contendo trítio no mar a partir da próxima primavera.
“Gostaria de visitar Fukushima o mais rápido possível e trocar uma variedade de opiniões com as partes relevantes”, disse Nishimura.
Fonte: Japan Times