Brasil passa a contar com relatório de ameaças à segurança física nuclear

A ABIN apresentou nesta terça-feira – 14 de junho – o Relatório Nacional das Ameaças à Segurança Física Nuclear (Renasf), primeiro levantamento nacional sobre o tema e documento fundamental para o país elaborar a Ameaça Base de Projeto (ABP) de suas instalações nucleares e, assim, cumprir as recomendações e boas práticas preconizadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O diretor-adjunto da ABIN, Victor Felismino Carneiro, presidiu a cerimônia de apresentação do Renasf, que contou com a presença de autoridades integrantes do Grupo de Trabalho de Avaliação de Ameaças ao Programa Nuclear Brasileiro – colegiado instituído pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

“O Renasf apresenta, sob a ótica da Inteligência de Estado, a descrição dos atributos e características das ameaças a instalações nucleares selecionadas do Brasil. O documento insere-se na atividade principal da Inteligência, que é a produção e difusão de conhecimentos relativos a fatos ou situações que possam resultar em ameaças ou riscos à salvaguarda da sociedade e do Estado”, comentou o diretor-adjunto, Victor Carneiro, durante a cerimônia.

Relatório de ameças foi apresentado pelo diretor-adjunto da ABIN ao Grupo de Trabalho de Avaliação de Ameças ao Programa Nuclear Brasileiro

Fazem parte do GT a ABIN, o GSI, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), os Ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública, a Eletronuclear, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis e os Governos dos Estados do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de São Paulo.

“A elaboração do Renasf é fruto do empenho e cooperação das instituições aqui presentes”, afirmou o diretor-adjunto da ABIN.

Relatório

O Renasf constitui um marco na área de proteção física nuclear do Brasil. Trata-se da primeira vez que o Brasil dá início a processo de avaliação nacional de ameaças às instalações nucleares. Sua grandiosidade e complexidade são reveladas pelo fato de nenhum país da América Latina tê-lo concluído.

“A ABIN realiza o acompanhamento de grupos ou indivíduos com capacidade e intenção de cometer ações maliciosas contra instalações nucleares selecionadas, como sabotagem e obtenção ilegal de agentes selecionados. Essas ameaças encontram-se descritas no Renasf”, explicou Victor Carneiro.

“A iniciativa atesta o compromisso do Brasil em adotar as recomendações e boas práticas internacionais na área de segurança física nuclear, e é condizente com o avançado estágio de desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), principal beneficiado do projeto”, complementou o diretor-adjunto.

Fonte: ABIN