Assessores técnicos do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) estiveram no IPEN/CNEN para conhecer mais detalhadamente o Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). João Carlos Paschoal Freitas e Marcelo Rodrigues Trevenzoli foram recebidos pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do CNEN, Madison Almeida, e a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa.
O grupo técnico do CGEE pretende conhecer e analisar minuciosamente os documentos – mais de nove mil – que contêm as diferentes etapas do empreendimento até a sua implementação e os benefícios que o RMB pode oferecer à sociedade. A ideia é assessorar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) de forma a mostrar por que o governo deve investir nesse projeto.
De acordo com Trevenzoli, o CGEE está envolvido em um projeto chamado “Rotas tecnológicas aplicadas à tecnologia estratégica” e, dentro dessas rotas, “está a questão do RMB”. “Queremos reunir dados e fatos para que possamos fazer um relatório com todas essas informações a fim de assessorar o MCTI na decisão sobre o tempo oportuno para esse investimento”.
No período da manhã, Freitas e Trevenzoli conheceram o espaço Marcello Damy (exposição permanente com a linha do tempo do IPEN/CNEN), acompanhados por Almeida, Costa, além de Patrícia da Silva Pagetti, coordenadora técnica do Projeto RMB, e Francisco Rondinelli Júnior e Leslie de Molnary, coordenadores gerais de Aplicações das Radiações Ionizantes e de Ciência e Tecnologia Nucleares da CNEN, respectivamente, além de diretores e pesquisadores do Instituto.
Na sequência, os técnicos do CGEE participaram de reunião para discutir questões relacionadas aos custos e alternativas para o RMB. Os meios para realizar as operações e questões das lógicas da produção e de transporte dos radiofármacos também foram pontos levantados.
Após reunião, a comitiva visitou os Reatores Nucleares de Pesquisas IEA-R1 e IPEN/MB-012. À tarde, uma nova reunião técnica foi realizada. Estava prevista para esta sexta-feira, 27, uma ida a Iperó, onde será construído o RMB, para conhecer o projeto in loco, porém foi cancelada devido à necessidade de aprofundamento das discussões técnicas no IPEN/CNEN.
De acordo com Almeida, o segundo dia da visita, pela manhã, contou com a presença do pesquisador Emerson Bernardes, gerente do Centro de Radiofarmácia do IPEN/CNEN, e da diretora de Produtos e Serviços, Tereza Salvetti, cujas participações “agregaram valor às discussões”, nas palavras do diretor da DPD/CNEN. À tarde, ida à sede da Amazul completa a visita técnica do CGEE em São Paulo.
O grande foco do RMB é garantir autossuficiência ao Brasil na produção de radioisótopos e radiofármacos, mas a concepção é mais abrangente: espera-se que o empreendimento se torne referência em pesquisa, tecnologia e inovação. O investimento total do RMB é de US$ 500 milhões, e a estimativa de retorno financeiro é de R$ 200 milhões por ano, além dos ganhos em tecnologia, produção de energia e educação.
A expectativa tanto do IPEN/CNEN quanto dos técnicos do CGEE é de que, a partir desses estudos, haja um avanço na execução projeto RMB. “Com isso, é possível que seja colocado em prática o quanto antes”, afirmou Trevenzoli.
“O CGEE é organização que realiza estudos estratégicos, a fim de assessorar o MCTI. No caso do Projeto RMB, toda a documentação técnica está no IPEN/CNEN. O MCTI solicitou ao CGEE estudo específico do empreendimento RMB; com isso, a equipe veio ao IPEN/CNEN coletar informações e discutir variados aspectos”, afirmou Madison.
Também participaram da comitiva os diretores Celso Huertas, de Planejamento e Gestão, Kátia Iunes, de Administração, Teresa Salvetti, de Produtos e Serviços, e Demerval Rodirgues, de Segurança, além de Frederico Genezini, e Marcelo Silva Rocha, respectivamente gerentes do Centro do Reator de Pesquisas (CERPq) e do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG).
Fonte: IPEN