Enquanto a Argentina prepara com a China o início da construção de sua quarta usina nuclear, o Brasil tem a perspectiva de reiniciar no segundo semestre as obras de sua terceira, Angra 3. Cerca de 80 trabalhadores já estão mobilizados para a retomada da construção, que está paralisada desde 2015.
A nova usina brasileira fica no mesmo sítio à beira mar, em Angra dos Reis, no Sul Fluminense, no qual já funcionam Angra 1 (640 MW) e Angra 2 (1.350 MW). Por enquanto, a primeira tem vida útil somente até 2024, quando completa 40 anos de operações. A estatal Eletronuclear, responsável pela usina, está preparando uma proposta para que a unidade possa continuar funcionando por mais 20 anos.
Se as obras de Angra 3 (1.405 MW) de fato forem concluídas, a usina tem previsão para entrar em operação em 2027, depois de muitos anos de atraso. Em relação a Angra 2, que funciona há duas décadas, a Eletronuclear também vê necessidade de um plano de modernização de suas instalações, incorporando tecnologias mais recentes e substituindo equipamentos para os quais já é difícil encontrar peças de reposição.
Usina nuclear ficará a 100 km de Buenos Aires
Já na Argentina, em fevereiro passado o governo assinou um contrato com a China para a construção de sua quarta usina nuclear, com um investimento de US$ 8 bilhões. A nova estrutura, chamada de Atucha III, será localizada em Lima, 100 quilômetros ao norte de Buenos Aires.
A estatal Nucleoelétrica Argentina e a Corporação Nuclear Nacional da China anunciaram a construção da usina com 1.200 megawatts de energia e vida útil de 60 anos. As obras criarão 7 mil empregos e haverá 40% de fornecedores argentinos.
Os chineses serão responsáveis pela engenharia, construção, aquisição, início e entrega de Atucha III. A Argentina, pioneira regional nesse campo há meio século, possui outras três usinas nucleares (Atucha I e II, também em Lima, e Embalse, em Córdoba, no centro do país), que fornecem até 7,5% de energia elétrica no país.
O presidente da Nucleoelétrica Argentina, José Luis Antúnez, disse que a nova usina ajudará o país a “abastecer a demanda de eletricidade com energia básica, limpa, segura e sustentável, e combater os efeitos das mudanças climáticas que afetam o planeta”.
Fonte: Diário do Porto