Com o objetivo de debater o futuro e as tendências do setor nuclear brasileiro, o Nuclear Summit deu início a um ciclo de palestras abordando o tema “Mineração e Combustível”. O evento contou com a participação do diretor de Geologia e Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), Marcio Remédio.
O diretor iniciou a sua palestra dando um panorama geral sobre o papel do SGB-CPRM “nossa missão é gerar e disseminar o conhecimento geocientífico com excelência, contribuindo com a melhora da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável do Brasil”, reforçou.
Sobre o tema central, Marcio destacou que o SGB-CPRM vem desenvolvendo projetos importantes para atrair oportunidades e investimentos por parte da iniciativa privada. O Projeto Urânio é um desses destaques. Atualmente, o Brasil possui um mapa de escala continental, que ranqueia as principais áreas favoráveis à exploração de urânio no país. Por meio do mapa, o Brasil foi segmentado em 118 geocompartimentos. Destes, foram separados os seis grupos de sistemas minerais de urânio mais relevantes para o país. Marcio pontuou que “ nós possuímos hoje a nona maior reserva de urânio do mundo, isso considerando que apenas 30% do território brasileiro foi estudado, até os anos 80. Logo, esse número tende a ser ,atualmente, muito maior. Estamos em fase de estudos direcionados e temos como objetivo ampliar cada vez mais os estudos na área de minerais estratégicos, estabelecendo critérios para novas descobertas, para que mais investimentos e pesquisas sejam realizados no setor”.
O Brasil, atualmente, domina o ciclo do combustível nuclear, fazendo com que o país fique à frente no quesito ampliação e geração de energia elétrica, a partir da fonte de urânio. Os estudos realizados pelo SGB-CPRM sobre potencial de urânio em Caetité (BA), e o projeto de exploração em Santa Quitéria (CE) – com previsão de início das operações em 2024/2025 – dão bons sinais para o setor.
Também esteve presente no evento a secretária adjunta da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (SGM/MME), Lilia Mascarenhas, que salientou o papel do Serviço Geológico na retomada das pesquisas para o novo posicionamento do Brasil frente à necessidade de debater energia nuclear.
“Ainda temos bastante a caminhar, mas gostaria de ressaltar que nossa inserção no mercado mundial será intensificada pela nossa alta possibilidade de ser um fornecedor de concentrado de urânio, e, para isso, precisamos aprofundar nossas pesquisas, trabalho que já vem sendo feito fortemente pelo Serviço Geológico do Brasil” destacou.
O evento, que teve seu encerramento nesta quinta-feira (28), contou com a presença de 40 palestrantes e especialistas para debates sobre a exploração e a utilização dos minerais radioativos para geração de energia.
Fonte: CPRM