Maioria dos suíços apoiam novas construções nucleares

O instituto de pesquisa DemoSCOPE entrevistou um total de 1219 pessoas em partes de língua alemã e de língua francesa da Suíça como parte de uma pesquisa rápida online usando entrevistas web assistidas por computador. A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 28 de fevereiro. O Fórum Nuclear Suíço observou que mais de 96% das entrevistas foram realizadas antes de 24 de fevereiro, quando a Rússia iniciou suas operações militares na Ucrânia.

A pesquisa constatou que 44% dos entrevistados acreditavam que a Suíça deveria continuar a usar energia nuclear para gerar eletricidade, além de energias renováveis. Também constatou que 43% dos entrevistados disseram que o país não deveria continuar usando, enquanto 13% não responderam.

Dos que apoiam o uso contínuo do nuclear, 87% disseram que sua decisão se deveu a preocupações com a segurança energética, enquanto 42% disseram que ajudariam a Suíça a cumprir suas metas climáticas.

Quando questionados sobre a proibição existente da nova construção de usinas nucleares, 45% dos entrevistados aprovaram o fato de que a construção de novos reatores era legalmente proibida na Suíça. No entanto, 49% acreditavam que a população deveria ter a oportunidade de decidir, caso a caso, se uma nova usina nuclear deve ou não ser construída.

“Os resultados da pesquisa são evidências de um processo de repensar e refutam a alegação dos críticos de que o uso futuro da energia nuclear não seria aceito pela população suíça”, disse o presidente do Fórum Nuclear Suíço, Hans-Ulrich Bigler.

“Tendo em vista uma oferta de energia insegura e as ambiciosas metas climáticas em nosso país, o alto nível de aprovação pública é compreensível e não deve ser ignorado. Precisamos de uma política energética aberta a todas as tecnologias – e que, é claro, leve em conta a energia nuclear.”

Atualmente, a Suíça possui quatro reatores nucleares gerando cerca de 35% de sua eletricidade. Uma nova política energética suíça foi procurada em resposta ao acidente de março de 2011 na fábrica de Fukushima Daiichi, no Japão. Dois meses depois, tanto o parlamento suíço quanto o governo decidiram sair da produção de energia nuclear.

A iniciativa Estratégia Energética 2050 elaborada pelo Conselho Federal pede uma retirada gradual da energia nuclear. Também prevê o uso ampliado de renováveis e energia hidrelétrica, mas prevê o aumento da dependência de combustíveis fósseis e importações de eletricidade como medida provisória.

Fonte: World Nuclear News