A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que um centro de pesquisa nuclear produtor de radioisótopos para fins medicinais e industriais foi danificado por bombardeios na cidade de Kharkiv, na Ucrânia. Segundo o órgão regulador nacional, porém, o incidente não causou aumento nos níveis de radiação.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano, disse que, como o material nuclear utilizado no local está sempre abaixo do nível crítico e o inventário de suprimentos radioativos também é muito baixo, não houve maiores consequências.
Entretanto, Mariano ressaltou que incidentes envolvendo instalações nucleares durante a guerra têm potencial de ter proporções muito maiores. Na última sexta-feira (4/3), um prédio da maior usina nuclear da Europa, a Zaporizhzhia, foi incendiado durante confrontos entre tropas russas e ucranianas.
“Precisamos agir para evitar um acidente nuclear na Ucrânia, que pode ter consequências severas para a saúde pública e o meio-ambiente. Não podemos esperar”, disse Mariano.
Chernobyl
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse na terça-feira que perdeu o contato com a transmissão remota de dados dos sistemas de monitoramento de salvaguardas instalados na usina nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia, que foi tomada pelas forças russas no mês passado.
O local de Chernobyl não está atualmente operacional e o manuseio de material nuclear foi interrompido, disse a AIEA, citando informações do regulador nuclear da Ucrânia.
A instalação possui reatores desativados, bem como instalações de resíduos radioativos. A autoridade reguladora disse à AIEA que só poderia se comunicar com a planta por e-mail.
“A Agência está analisando o status dos sistemas de monitoramento de salvaguardas em outros locais da Ucrânia e fornecerá mais informações em breve”, disse a AIEA em comunicado.
A agência disse que foi informada por autoridades ucranianas de que está se tornando “cada vez mais urgente” a rotação de funcionários para o “gerenciamento seguro” da usina nuclear de Chernobyl, onde cerca de 210 funcionários trabalham há quase duas semanas desde que as forças russas apreenderam o controle da instalação.
Os funcionários têm vivido efetivamente no local do pior desastre nuclear do mundo nos últimos 13 dias e, embora tenham acesso a alimentos, água e remédios em “extensão limitada”, sua situação está “piorando”, disse a AIEA, pelo regulador nuclear da Ucrânia.
“Estou profundamente preocupado com a situação difícil e estressante que os funcionários da usina nuclear de Chernobyl enfrentam e os riscos potenciais que isso acarreta para a segurança nuclear”, disse o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, em comunicado.
Oito dos 15 reatores nucleares da Ucrânia estão operando atualmente, disse o regulador nuclear da Ucrânia à AIEA, e que os níveis de radiação ainda parecem normais.
A equipe conseguiu trocar de turno nos locais operacionais, inclusive na maior usina nuclear da Europa em Zaporizhzhya, que agora também está sob controle russo.
Fontes: Metrópoles e CNN Brasil