A psicóloga Stephanie Rodrigues Pavão, 29 anos, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, foi uma das 100 mulheres contempladas com uma bolsa do Programa de Estudo Marie Sklodowska-Curie, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), cujo objetivo é inspirar e apoiar mulheres a seguir carreira na área nuclear, em todos os continentes.
Pavão ingressou no mestrado em agosto de 2021, sob a orientação do professor Thadeu Neves Conti. Formada em psicologia e com especialização em Psicossomática pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, sua pesquisa, no IPEN, é voltada para a análise de performance humana e a sua relação com a segurança das instalações nucleares, visando a mitigação de riscos relacionados a erro humano.
“Sendo uma área ainda incipiente no Brasil, buscarei introduzir o assunto e mapear o seu uso nas instalações nucleares brasileiras de modo a contribuir com sua expansão”, adianta Pavão. Estar vinculada a um mestrado na área nuclear é uma das condições exigidas pelo Programa Marie Sklodwska-Curie, que lhe proporcionará estágio na AIEA, sediada em Viena, Áustria.
“Receber este prêmio foi como ratificar todo esforço que venho dispensado em estudos na área e também a sua importância. Além disso, poder incentivar a atuação de mais mulheres no setor nuclear é uma grande honra, ainda mais tendo como referência e inspiração a pioneira, Marie Sklodowska-Curie, cujo nome leva a iniciativa deste programa da AIEA”, comemora Pavão.
Funcionária da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), Pavão trabalha no Centro de Intendência do CTMSP – Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo –, onde gerencia contratos do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) no exterior. Ela conta que a bolsa lhe possibilitará dedicação exclusiva ao mestrado e também “avançar mais um passo na carreira profissional dentro do setor”.
Em 2017, concluiu o curso Gerenciamento de Projetos de Energia Nuclear, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), com duração de quase dois anos e carga horária de 312 horas. Foi o ponto de partida para investigar a perspectiva psicológica da tripulação dos submarinos, tendo em vista o maior tempo de confinamento dos submarinistas, as normas de segurança exigidas e a complexidade dos riscos.
“Excelência”
“Ao longo de mais de quatro décadas, a nossa pós-graduação vem revelando talentos e confirmando sua excelência, ratificada pela avaliação quadrienal da Capes com nota 6. Ficamos orgulhosos de ver nossos alunos se destacando em programas da Agência Internacional [de Energia Atômica], em congressos e outros eventos, assim como no Prêmio Capes de Melhor Tese. Vamos continuar apoiando iniciativas como essas, que demonstram a qualidade dos docentes e discentes”, afirmou Eduardo Landulfo, presidente da Comissão de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear.
Isolda Costa, diretoria de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento do IPEN/CNEN, destaca a competência e a dedicação dos pesquisadores do Instituto que se dispõem a orientar pesquisas nos dois programas de pós-graduação – além do TN, o IPEN/CNEN tem o Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, cuja primeira turma ingressou em 2019 e as primeiras defesas ocorreram em 2021. “É pela excelência dos nossos pesquisadores que conseguimos ser referência na área nuclear, no Brasil e no exterior”.
Fonte: IPEN