Brasil precisa aproveitar potencial e concluir logo Angra 3, diz Associação Nuclear Mundial

CEO da Associação Nuclear Mundial, Sama Bilbao y Leon disse, durante o Credit Suisse 2022 Latin American Investment Conference, que o Brasil precisa terminar a usina Nuclear Angra 3 o mais rápido possível sob o risco de perder sua capacidade de construir essas estruturas.

Segundo a executiva, o Brasil é conhecido no mundo pela qualidade da indústria nuclear, e a conclusão da planta é um passo fundamental para que um programa brasileiro possa ajudar no desenvolvimento da indústria nacional.

Concluir Angra 3 significa revisar ou rever capacidades e será fundamental para pensar na construção da quarta usina, diz Sama Bilbao y Leon — Foto: Eletrobras/Divulgação

“Essa situação pode levar a uma certa erosão das capacidades internas e do know how que o Brasil tinha em relação à construção de usinas nucleares. (…) Concluir Angra 3 significa revisar ou rever essas capacidades e será fundamental para pensar na construção da quarta usina nuclear”, disse.

Para Leon, a energia nuclear tem papel para descarbonizar e atingir os objetivos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), e o Brasil precisa ter um plano de implementação mais claro para dar confiabilidade e visão de longo prazo aos investidores, bem como para a indústria nuclear.

“Apoio a operação de longo prazo de Angra 1 e 2, pois será importante ter energia zero carbono por muitas décadas e também do ponto de vista da estabilidade e continuidade da indústria nuclear brasileira e das cadeias de suprimento do Brasil”, apontou.

A agenda nuclear voltou à pauta do governo brasileiro. O Ministério de Minas e Energia (MME) e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) estudam locais para implementação de novas usinas. Recentemente, o país aumentou a capacidade de enriquecimento de urânio e terminou a instalação de um depósito especial para armazenagem dos rejeitos nucleares.

O Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) estima uma expansão de 8 a 10 Gigawatts na oferta de energia nuclear nos próximos 30 anos.

Fonte: Valor Econômico