A nova estatal Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) já está em atividade e prepara para encarar seus primeiros desafios. O nome escolhido pelo governo para liderar a companhia nesse momento inicial foi o do vice-almirante Ney Zanella dos Santos. A ENBPar vai assumir as atividades da Eletrobrás que não podem ser privatizadas, como as empresas Itaipu Binacional e Eletronuclear (usinas Angra 1 e 2).
Além disso, a nova estatal será responsável também – junto com a Eletronuclear – por capitanear a retomada das obras da usina de Angra 3. Como noticiamos em outubro, estava previsto que a ENBPar faria um aporte de recursos financeiros para a conclusão das obras de Angra 3. O repasse de R$ 3,5 bilhões será usado na retomada da construção da usina.
Ilustração da Central Nuclear da Eletronuclear já com Angra 3 finalizada
O CEO da ENBPar, Ney Zanella dos Santos, destacou a vertente renovável dos ativos da empresa e ressalta ainda que a nova companhia não deve gerar novos custos para a União. “Só vamos comercializar energia das fontes hídrica e nuclear, sem emissão de carbono. E vamos iniciar as atividades de estruturação da empresa com uma estrutura enxuta. O objetivo é que a privatização da Eletrobrás ocorra sem gerar gastos adicionais no orçamento fiscal e sem que haja interrupções nas atividades que, por lei, não podem ser privatizadas”, afirmou.
Zanella é graduado pela Escola Naval em Engenharia Mecânica e Ciências Navais. Também tem formação em Ciências Políticas e Estratégia Naval, Política e Estratégia Marítimas, Altos Estudos de Política e Estratégia e Governança Corporativa. Antes de chegar à ENBPar, estava alocado como Chefe da Assessoria Especial de Gestão Estratégica do Ministério de Minas e Energia – cargo que assumiu em maio de 2019.
Já atuou também como presidente da Amazônia Azul (Amazul) entre 2013 e 2019, além de ter passagens pelo Ministério da Defesa e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha. Zanella serviu também em submarinos por 11 anos e comandou dois navios, o Navio-Patrulha Fluvial Roraima (1990/1991) e o Navio de Socorro Submarino Felinto Perry (1996).
Além de administrar as usinas nucleares e a hidrelétrica Itaipu, a ENBPar também será responsável por políticas públicas, como a universalização de energia elétrica (Luz Para Todos), Mais Luz para a Amazônia, contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
A sede da estatal será em Brasília, mas após a sua estruturação, a empresa poderá atuar em diferentes estados da federação. Houve um movimento no mercado nuclear brasileiro defendendo que a sede da companhia fosse no Rio de Janeiro, já que as usinas nucleares atualmente em operação estão no estado.
Fonte: Petronotícias