ABDAN celebra avanços no setor nuclear em 2021 e anuncia projeções para 2022

O ano de 2021 foi memorável para o setor nuclear brasileiro. Os avanços no segmento foram marcantes – desde a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) até o anúncio de uma nova usina nuclear que será apontada no próximo Plano Decenal de Energia. Esses e outros acontecimentos foram cruciais para o desenvolvimento da indústria. Agora, o setor já olha adiante, pensando nos próximos desafios.

Celso Cunha, presidente da ABDAN

Para relembrar os feitos de 2021 e projetar como será o próximo ano, o Projeto Perspectivas 2022 ouviu, nesta segunda-feira (6), o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha. Ele sugere que o governo deve concentrar esforços para escolher os próximos sítios que estarão aptos a receber futuras centrais nucleares no país.

Cunha revela ainda que a associação realizará uma nova edição do World Nuclear University, em abril de 2022. Além disso, a entidade vai elaborar um conjunto de propostas do setor nuclear para os candidatos à Presidência da República. Por fim, ele conta que a associação conseguiu crescer em número de associados em 2021 e esse movimento de expansão deve ganhar um novo impulso no ano que vem. “Esperamos um crescimento real da ordem de 15% para o ano de 2022 na ABDAN”, projetou.

– Como foi o ano de 2021 para o senhor e para a ABDAN?

– O ano de 2021 foi excelente para o setor nuclear e para a ABDAN. Conseguimos realizar grandes entregas e promover o uso pacífico da tecnologia nuclear. O nosso evento Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E), realizado em julho, foi um sucesso e conseguiu reunir cerca de 138 palestrantes de todo o mundo.

Paralelamente a isso, trabalhamos muito próximos à questão da cadeia produtiva. Durante a NT2E, lançamos a Arena Tecnológica, em parceria com o Sebrae-RJ. É um movimento grande no sentido da inovação tecnológica. São quase 39 empresas movimentando-se junto às empresas âncoras – Eletronuclear, INB e Atech.

Além disso, lançamos o Fórum dos Small Modular Reactors (SMRs) para promover essa tecnologia no Brasil e realizar discussões de altíssimo nível com todas as empresas associadas da ABDAN sobre o tema. Importante mencionar ainda que fizemos uma série de eventos no primeiro semestre, promovendo o debate em torno da tecnologia nuclear e participamos das discussões para melhorar a regulação do setor.

O ano também foi marcado pelo anúncio feito pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, de que o Plano Decenal de Energia (PDE 2031) apontará para a construção de uma nova usina nuclear. Então, esse foi um grande ano. A ABDAN elevou o número de associadas e continua aumentando, em um projeto contínuo de crescimento.

– O que sugere para o governo fazer e melhorar a nossa economia e dar mais força ao setor nuclear?

A maior sugestão relacionada ao setor nuclear seria anunciar os sites que serão contemplados com as próximas usinas. Precisamos definir isso. O Plano Decenal de Energia é aprovado, normalmente, no mês de fevereiro. Vamos então aguardar a aprovação desse plano e, em ato contínuo, o anúncio dos sites. Isso é muito importante.

Além disso, vale frisar que o setor perdeu o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas Nucleares (RENUCLEAR), que oferecia um grande apoio ao segmento, principalmente porque a maior parte das compras desse setor são públicas. Isto é, o governo pagando imposto para si próprio. Então, ao perder esse projeto de incentivo, o governo acaba pagando mais caro. Seria importante voltar a discutir essa questão.

– Quais são as suas perspectivas e da ABDAN para 2022?

Para o ano de 2022, a ABDAN voltará com o evento da World Nuclear University (WNU), em parceria com a World Nuclear Association (WNA). Anuncio aqui, em primeira mão, que esse evento acontecerá na última semana de abril de 2022. A ABDAN também vai trabalhar nas propostas do setor para os candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais.

A associação vai continuar com o trabalho junto à Medicina Nuclear, visando a implementação do projeto de lei que desonera radiofármacos e radioisótopos da cobrança do Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços (ICMS). Com essa medida, os radiofármacos chegarão a um preço mais em conta para a população.

Por fim, esperamos um crescimento real da ordem de 15% para o ano de 2022 na ABDAN.

Fonte: Petronoticias