A próxima sexta-feira (26) pode ser um dia especial para a retomada das obras da Usina Nuclear Angra 3. Será nesta data que o Conselho de Administração da Eletrobrás vai decidir, finalmente, se aprova ou não o consórcio liderado pela empresa Ferreira Guedes. Para lembrar, o grupo formado por Ferreira Guedes, Matricial e Adtranz foi habilitado tecnicamente pela Eletronuclear para realizar as obras relativas à licitação do Caminho Crítico da usina. Como se sabe, as três companhias apresentaram a melhor oferta na concorrência, que teve o resultado divulgado no final do mês de julho. Depois, o processo passou para a fase de apresentação de recursos – etapa concluída em agosto. Em seguida, o consórcio foi submetido e aprovado na avaliação de compliance no mês de setembro e aguarda agora a palavra final da Eletrobrás.
O Plano de Aceleração do Caminho Crítico engloba uma parte das obras de Angra 3, como a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator de Angra 3. Além disso, será feita uma parte importante da montagem eletromecânica, que inclui o fechamento da esfera de aço da contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados, da ponte polar e do guindaste do semipórtico.
Paralelamente, a Eletrobrás estima contratar até meados de 2022 o EPCista que será responsável pela continuidade das obras globais de Angra 3. A companhia, que até o final do terceiro trimestre havia investido R$ 758 milhões na central, deverá acelerar os montantes aplicados ainda este ano com mais R$ 857 milhões por meio de um aumento de capital sob a sigla AFAC. Essa contratação virá por meio da Eletrobrás, até porque a empresa ainda deverá manter mais de 50% da Eletronuclear.
A empresa espera pela definição tarifa definitiva com base nos estudos do BNDES que devem ser concluídos no final deste ano ainda. Esses estudos passarão ainda pela análise da Eletronuclear e do MME para então resultar na tarifa,conforme deliberação do CNPE. A Eletrobrás admite que o processo tem sido lento, pois depende não apenas da companhia e sim de juízes, porque essas ações foram dadas em garantia em processos na Justiça.
O Presidente da Eletrobrás, Rodrigo Limp (foto à direita), disse: “Temos participações em diversas empresas pequenas e até grandes fatias e que existem há muitos anos. Para alienarmos essas ações primeiro precisamos desbloqueá-las e esse é o trabalho que estamos fazendo há 2 anos em que entramos com petições em todo o país pedindo a substituição”. Se a empresa conseguir esse desbloqueio pode ser que haja a venda dessas participações. Contudo, algumas dessas ações podem não ser colocadas ao mercado por se tratar de core business da Eletrobrás, entre elas, as de transmissoras.
Fonte: Petronoticias