Diretoria da Eletronuclear faz balanço da transferência de combustíveis usados de Angra 2 para a UAS

Neste mês, a Eletronuclear alcançou um marco em sua trajetória: a empresa concluiu a transferência dos combustíveis usados de Angra 2 para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS). No total, a companhia tem agora nove cascos, conhecidos como Hi-Storms, armazenados no depósito. Cada um contém 32 elementos combustíveis.

Liderada pela Diretoria Técnica, a atividade foi iniciada em abril, interrompida por conta do reabastecimento da usina em junho e retomada em seguida. Com isso, a Eletronuclear pôde começar a retirar combustíveis usados da piscina de Angra 2, que chegou ao limite de sua capacidade, e abrir espaço para os que foram descarregados do reator durante a parada.

Para comemorar o feito, a Coordenação de Comunicação Institucional (CI.P) está lançando um vídeo que mostra como foi feita a transferência dos combustíveis irradiados da usina (clique abaixo para assisti-lo ou, então, veja-o no canal da Eletronuclear TV no YouTube). Para produzi-lo, uma equipe de filmagem da CI.P acompanhou toda a primeira etapa do procedimento.

O próximo passo é realizar a transferência dos combustíveis de Angra 1 para a UAS. No momento, estão sendo finalizadas mudanças de projeto na usina, como um upgrade na ponte do edifício de combustível. Essas alterações são necessárias para a efetuação do procedimento, que está previsto para durar de novembro a janeiro.Reproduzir Vídeo

UAS A2 FHD 7min  Final 04.mp4
 (Moderado)

Veja o vídeo que mostra as etapas da transferência

Incialmente, a UAS contará com 15 módulos. No total, 288 elementos combustíveis foram retirados da piscina de Angra 2, preenchendo nove Hi-Storms. No caso de Angra 1, serão 222 combustíveis usados, inseridos em seis cascos. De imediato, isso abrirá espaço nas piscinas de armazenamento para mais cinco anos de operação de cada planta. No entanto, o depósito comporta até 72 módulos, com capacidade para armazenar combustível usado até 2045.

Conclusão do empreendimento foi essencial

O diretor de Operação e Comercialização da Eletronuclear, João Carlos da Cunha Bastos, ressalta que a construção da UAS foi essencial para a empresa, pois, se não tivesse ficado pronta a tempo, a companhia seria obrigada a desligar Angra 1 e 2.

O executivo também enfatiza que os combustíveis irradiados não podem ser considerados rejeitos. “Ainda há muita energia nos combustíveis usados. Para esse potencial ser aproveitado, é preciso fazer o reprocessamento do material, procedimento já efetuado por muitos países. Precisamos armazená-lo de forma segura até que o governo tome uma decisão quanto ao seu destino final”, frisa.

João Carlos acrescenta que a transferência dos combustíveis usados de Angra 2 foi uma tarefa de grande complexidade, que teve êxito devido ao planejamento e execução exemplares feitos pela Diretoria Técnica, com apoio da Diretoria de Operação e Comercialização e do resto da empresa. “Esse foi um esforço conjunto de toda a Eletronuclear. Tivemos que obter as licenças, ultrapassar vários obstáculos técnicos e administrativos e preparar duas audiências públicas. Tudo deu certo. Agora, é hora de comemorar muito”, declara.

O diretor Técnico, Ricardo Luis Pereira dos Santos, caracteriza a construção da UAS e a transferência dos combustíveis usados de Angra 2 como um grande êxito para a Eletronuclear. “Tivemos que nos superar, mas conseguimos vencer todos os obstáculos e entregar a unidade dentro do prazo previsto. A transferência ocorreu sem qualquer problema, garantindo a continuidade operacional da usina”, salienta._MG_2969 (2).JPG

Elemento combustível usado de Angra 2 é inserido num cânister06.JPG

Hi-Trac com cânister é transportado para fora da contenção

Ricardo comenta ainda que a transferência demonstrou a qualidade da UAS e o acerto de a Eletronuclear ter optado pela tecnologia de armazenamento a seco baseado em cânisteres, largamente utilizada nos EUA e em países europeus. Apenas em território norte-americano, existem mais de 80 instalações desse tipo. “Utilizamos uma tecnologia segura e comprovada, com prazos e custos adequados às condições da nossa empresa, o que facilitou o licenciamento”, avalia.

Para finalizar, o diretor aponta que a UAS dará tranquilidade à empresa, na medida em que proporcionará mais de 20 anos de capacidade de armazenamento adicional para os combustíveis irradiados de Angra 1 e 2. “Foi mais um desafio que conseguimos ultrapassar com êxito, graças à competência e à dedicação dos colaboradores da Eletronuclear, a quem deixo meu agradecimento”, afirma Ricardo.

Missão cumprida

A opinião do diretor Técnico da Eletronuclear é compartilhada pelo superintendente de Engenharia de Projeto, Lúcio Ferrari, que ficou à frente da construção da UAS. Ele lembra que, desde o início, o principal desafio foi, num prazo fixo, encontrar a melhor tecnologia de armazenamento para a central nuclear. “Depois, tivemos o trabalho de especificar, contratar e licenciar. Ou seja, precisamos cumprir uma série de atividades com sucesso antes do esgotamento das piscinas das nossas usinas”, conta.

Com tudo concretizado, a sensação é de missão cumprida. “Tivemos que enfrentar várias dificuldades, mas, agora, dá uma satisfação muito grande ver o empreendimento concluído e em operação. Agradeço a cada um que deu sua contribuição. Profissionais de todas as diretorias estiveram envolvidos. Também sou grato à Diretoria Executiva da empresa, que nos confiou esse trabalho tão importante”, conclui Ferrari.07.JPG

Transferência do cânister do Hi-Trac para o Hi-Storm9.jpg

Movimentação do Hi-Storm

Vale ressaltar que não apenas profissionais da Eletronuclear trabalharam na construção da UAS e na movimentação dos combustíveis usados de Angra 2. A empresa contou com apoio da Holtec Internacional e sua filial brasileira. A companhia, de origem norte-americana, desenvolveu a tecnologia da unidade de armazenamento. Como subcontratadas da Holtec, Bardella e Cardan também atuaram na construção da UAS. Além disso, a Asvotec fabricou os Hi-Storms.

Para o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, os colaboradores da empresa demonstraram resiliência e comprometimento. “Realizar a construção da UAS e fazer a movimentação dos combustíveis usados durante a pandemia do coronavírus não foi fácil. Tivemos que implementar uma série de medidas de prevenção e de fiscalização que exigiram de todos nós um esforço além do normal. No final, conseguimos cumprir nossa missão. Obrigado a todos que se desdobraram para fazer com que esse empreendimento se tornasse uma realidade”, finaliza.Uas vista geral.jpeg

Foto aérea da UAS durante movimentação do primeiro Hi-Storm_MG_2352.JPG

Equipes da DT e DO na inauguração da UAS

Fonte: Eletronuclear