A seis meses das eleições, Macron assume posição pró-nuclear

A questão nuclear foi entrou de vez na campanha presidencial francesa. Entre entusiastas e contrários, o tema é rechaçado por parte do público, enquanto para outros é motivo de orgulho nacional. O vertiginoso aumento nos preços do gás e da eletricidade observado nos últimos meses retomou a questão da soberania energética, pressionando quase todos os candidatos na França a se posicionarem a favor ou contra a energia atômica.

Emmanuel Macron, durante sua visita à fábrica da Framatome em Le Creusot (Saône-et-Loire), em dezembro de 2020.

Neste debate, Emmanuel Macron escolheu seu lado. O da energia nuclear. Uma posição que, segundo ele, não é incompatível com as questões ambientais. As usinas não produzem dióxido de carbono, reforça sua comitiva e o apoio ao setor não impede o desenvolvimento de energias renováveis, ao mesmo tempo em que aborda a questão dos resíduos. “Não somos a favor ou contra a energia nuclear, somos a favor da redução dos gases de efeito estufa”, sustenta o chefe de Estado francês.

Durante uma troca com a imprensa à margem da cúpula entre os países da União Europeia e seus parceiros dos Balcãs Ocidentais na Eslovênia na quarta-feira, 6 de outubro, o presidente francês reafirmou a posição. Sem deixar de lembrar que todos os países europeus estavam enfrentando um aumento nos preços da energia, Emmanuel Macron ressaltou que “a França era menos dependente do que outros de combustíveis fósseis por causa da nossa energia nuclear”. Uma declaração de apoio à indústria nuclear francesa, que credencia a ideia de que o Presidente da República, depois de ter programado o fechamento até 2035 de doze reatores envelhecidos, pretende (re)investir no setor.

De acordo com informações divulgadas pelo Europe1, em 4 de outubro, Emmanuel Macron poderia anunciar, já na terça-feira, 12 de outubro, durante a apresentação do plano de investimento para a construção da “França de 2030”, apoio ao financiamento de “pequeno reator modular” (SMR), mini-usinas nucleares para servir como adjunto às usinas existentes.

Fonte: Le Monde