Em uma operação inédita no Brasil, a Eletronuclear concluiu recentemente a primeira etapa da transferência de combustível nuclear usado de Angra 2 para a nova unidade de armazenamento dedicada a esse tipo de material. A empresa preparou um vídeo que detalha um pouco como foi a realização dessa operação. Com essa etapa concluída, a Eletronuclear se prepara agora para fazer a transferência do combustível de Angra 1.
Ao contrário do que muitos afirmam, o combustível usado de uma usina nuclear não pode ser considerado como um rejeito. Isso porque esse material ainda possui uma grande capacidade de gerar energia. Segundo a própria Eletronuclear, o material que já está estocado em sua nova unidade de armazenamento possui energia suficiente para suprir toda a iluminação pública do Brasil por três anos.
Para lembrar, a chamada Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS) entrou em operação neste ano. A estrutura fica dentro da Central Nuclear de Angra dos Reis, fora das áreas das usinas, com fundação sobre rocha sã. Antes da UAS, o combustível usado de Angra 1 e Angra 2 era estocado dentro das próprias usinas, dentro de grandes piscinas.
Como a capacidade de armazenamento dessas piscinas estava esgotando-se, a Eletronuclear contratou a americana Holtec para construir a UAS. Inicialmente, a unidade contará com 15 módulos. Até o momento, sete deles já foram instalados. No total, 288 elementos combustíveis serão retirados de Angra 2 e 222, de Angra 1, o que abrirá espaço nas piscinas de armazenamento para mais cinco anos de operação de cada planta. A UAS comporta até 72 módulos, com capacidade para armazenar combustível usado até 2045.
Fonte: Petronotícias