O titular da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear (DRS) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ricardo Fraga Gutterres, acompanhado do coordenador-geral de Reatores e Ciclo Combustível, Jefferson Borges Araújo, entre outros profissionais da Comissão, visitaram, de 24 a 26 de agosto, a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. No local estão as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2 e também o canteiro de obras de Angra 3, cuja retomada da construção está prevista para o próximo ano. Um dos objetivos da visita foi analisar e planejar as ações de licenciamento e controle que a CNEN adotará em razão da anunciada retomada das obras.
O diretor da DRS e equipe foram recebidos pelo diretor-presidente da Eletronuclear (ETN), Leonam dos Santos Guimarães, pelos diretores técnico e de operação, superintendentes e gerentes de diversas áreas da empresa. Eles participaram de reuniões sobre sobre a retomada da construção de Angra 3 e também a respeito da Reavaliação Periódica de Segurança (RPS), que será um dos subsídios para o projeto de extensão de vida de Angra 1. Parte do corpo técnico da DRS participou das atividades de forma remota. Segundo Gutterres, esses dois projetos implicarão em uma grande demanda de trabalho e recursos tanto para a ETN, quanto para a DRS e foi importante a troca de informações entre as instituições em termos de expectativas e desafios que virão pela frente.Diretor da CNEN Ricardo Gutterres (dir.) e coordenador-geral Jefferson Borges em visita à CNAAA.A equipe da CNEN, composta também por servidores do Distrito de Angra dos Reis (Diang), unidade da CNEN na cidade, visitou o canteiro de obras de Angra 3, a Unidade de Armazenamento de Combustível Irradiado (UAS), a sala de Controle de Angra 1, as instalações do Diang em Angra 1 e 3, e os simuladores de Angra 1 e 2.
O diretor da DRS sublinhou a complexidade das atividades de revisão e avaliação para o licenciamento de Angra 3 e extensão de vida de Angra 1, atividades que somente serão possíveis graças ao engajamento e qualificação do corpo técnico da DRS. Também ressaltou o trabalho contínuo e dedicado dos servidores que atuam na inspeção residente, fiscalizando permanentemente as atividades de construção e operação na CNAAA.
Angra 3 será a terceira usina nuclear brasileira. Quando entrar em operação comercial, a nova unidade, com potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo de eletricidade do estado do Rio de Janeiro.
No aspecto tecnológico, Angra 3 é irmã gêmea de Angra 2. Ambas contam com projeto da empresa alemã Siemens/KWU (hoje, Areva ANP). As etapas de construção da unidade incluem as obras civis, a montagem eletromecânica, o comissionamento de equipamentos e sistemas e os testes operacionais. Até o momento foram executadas cerca 67,1% das obras civis da usina.