O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações teve uma série de reuniões com representantes da Agência Internacional de Energia Atômica, na última semana. Os encontros foram em Viena, na Áustria. O titular da pasta, Marcos Pontes, conversou sobre a cooperação técnica do Brasil com a AIEA por meio da Comissão Nacional de Energia Nuclear, organização vinculada ao MCTI. Historicamente, o Brasil tem mantido atuação de destaque em questões internacionais sobre a energia nuclear. Um dos exemplos é a participação do país no processo de estabelecimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) em defesa do uso pacífico da energia nuclear e do desarmamento.
Os principais marcos da cooperação técnica do Brasil com a AIEA estão em diversas áreas entre elas a saúde, por intermédio do Programa de Cooperação Técnica da AIEA, o país tem avançado na capacidade de colocar à disposição para a população atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) técnicas avançadas de radioterapia. No campo, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA-USP) criado com apoio da AIEA, tem sido responsável pela disseminação de técnicas nucleares para outros países no setor. Já no meio ambiente, as técnicas nucleares, por meio do uso de radioisótopos, isótopos estáveis, radiotraçadores e outras tecnologias tem sido utilizadas na preservação e conservação ambiental com objetivo de manter o desenvolvimento sustentável. Na indústria, as técnicas nucleares têm sido aplicadas no desenvolvimento de novos materiais, produtos e processos para a segurança alimentar e nas práticas industriais mais limpas e seguras. Para a geração elétrica, o uso da energia nuclear tem sido uma alternativa para implementar a matriz energética do país.
Na agenda estiveram encontros com a Diretora-Geral Adjunta e Chefe do Departamento de Ciências e Aplicações Nucleares da AIEA, Najat Mokhtar. Em seguida, foi a vez do Diretor-Geral Adjunto e Chefe do Departamento de Cooperação Técnica da agência, Hua Liu. Em julho deste ano, o ministro se encontrou com o Diretor-Geral da AIEA, Rafal Grossi. Na ocasião, reforçou que gostaria de explorar formas de levar as tecnologias nucleares para utilização no dia a dia da população.