A Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E), evento coordenado pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), teve seu último dia de seminários e apresentações nessa quinta-feira (29). O maior evento brasileiro do setor nuclear teve a participação de grandes multinacionais (Petrobras, Eletronuclear e Cameco) e órgãos do governo, como o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM).
O SGB/CPRM foi representado pelo seu Diretor de Geologia e Recursos Minerais, Marcio Remédio, na manhã do último dia, durante o painel “Mineração e Combustível”, que tinha como assuntos o Mercado Mundial, perspectivas para a produção de concentrado e pesquisas geológicas relacionadas ao Urânio.
Também estiveram presentes no evento David Doerksen (Vice Presidente de Marketing da Cameco), Rogério Mendes Carvalho (Diretor de Recursos Minerais no INB) e Rodolfo Galvani Júnior (acionista na Galvani Indústria Química). O painel foi moderado por Lília Mascarenhas Sant’Agostinho, secretária adjunta de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia.
O mercado mundial de urânio vem crescendo cada vez mais ao passo que mais empresas e países buscam novas matrizes energéticas alternativas, o que coloca a temática como de suma importância para o Brasil. Segundo o diretor do SGB/CPRM, o Brasil dispõe de um grande potencial na área. Ele apresentou o programa brasileiro sobre o minério e disse que o país pode se tornar uma potência no setor, uma vez que pode vir a ter um dos maiores estoques de recursos de Urânio. “O fato de contar com poucas áreas mapeadas e um vazio de informações faz com que o país seja praticamente inexplorado para o setor de Urânio”, avaliou.
Nos próximos 10 anos, o programa buscará novos investimentos e recursos para a exploração de regiões em busca de grandes depósitos. O geólogo acredita que os principais depósitos de baixo custo e tonelagem alta possam estar na América do Sul, especificamente no Brasil.
“O Programa Urânio do Serviço Geológico do Brasil tende a fazer uma avaliação do potencial de exploração do mineral, delimitar as principais áreas da exploração e estimular a mesma com dados assertivos e reduzindo riscos da exploração”, concluiu Remédio.
O programa foi desenvolvido pela Divisão de Geologia Econômica, liderada pelo pesquisador Felipe Mattos Tavares, por meio do uso de técnicas de modelamento de potencial mineral em escala continental e uso de machine learning, com a participação dos pesquisadores Hugo Polo e Raul Meloni, Eduardo Marques, Bruno Calado (Divisão de Geoquímica), Isabele serafim e Iago Costa (Divisão de Geofísica). O projeto atende a uma demanda do Ministério de Minas e Energia para ampliar o conhecimento sobre o potencial do urânio no Brasil.
Posteriormente às apresentações gerais, foram feitas perguntas e houve tempo para debate entre os convidados. A Nuclear Trade & Technology Exchange é considerada o maior evento brasileiro do setor nuclear. A ABDAN tem como principal missão promover o desenvolvimento e aplicação da tecnologia nuclear no Brasil, defendendo os interesses comuns às empresas que integram as cadeias produtivas de base nuclear e promovendo ações para o fortalecimento do ambiente de negócios e das condições de competitividade sistêmicas, setoriais e regulatórias, no mercado interno e ao nível internacional.