Recuperação da pandemia levará a recordes de emissões de CO2 em 2023, estima Agência Internacional de Energia

LONDRES — A recuperação global da pandemia da Covid-19 deve levar as emissões de gases de efeito estufa aos níveis mais altos de todos os tempos, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE), com sede em Paris, em um relatório nesta terça-feira.

“Estimamos que a implementação total e oportuna das medidas de recuperação econômica anunciadas até o momento resultaria em emissões de CO2 subindo para níveis recordes em 2023, continuando a aumentar depois disso”, informa o documento.

Os planos de gastos com energia limpa alocados por governos em todo o mundo no segundo trimestre somam US$ 380 bilhões, representando apenas 2% do total de seus fundos de estímulo em resposta à pandemia, disse a AIE.

Covid-19: Sputnik V chega em uma semana ao Brasil e vacina será usada no Nordeste com restrições

O órgão de vigilância energética disse que o valor representa cerca de um terço do que avalia ser necessário para colocar o mundo no curso para alcançar emissões líquidas zero até meados do século.

Margareth Dalcolmo:  Brasil não está preparado para a variante Delta

“As somas de dinheiro, público e privado, mobilizadas em todo o mundo pelos planos de recuperação ficam muito aquém do que é necessário para atingir as metas climáticas internacionais”, escreveu o chefe da AIE, Fatih Birol.

Ele acrescentou que os países “devem ir ainda mais longe”, levando o investimento e implantação de energia limpa a patamares muito maiores além do período de recuperação, com objetivo de “levar o mundo a um caminho de emissões líquidas zero até 2050, o que é estreito, mas ainda alcançável — se agirmos agora”.

Saiba mais:  como um argentino criou o Dia do Amigo comemorado nesta terça-feira

A IEA divulgou, em um relatório em maio, suas descobertas mais severas sobre o clima. O documento dizia que o mundo não deveria investir em novos projetos de combustíveis fósseis se espera chegar a emissões líquidas zero até 2050.

As emissões devem ser de 3,5 bilhões de toneladas a mais do que o limite necessário para atingir essa meta, disse a AIE nesta terça-feira.

Onda de frio:  Sul amanhece com temperaturas negativas e geada

Dois terços dos US$ 380 bilhões destinados à energia limpa devem ser gastos até 2023 e quase todo o restante implantado até 2030, contribuindo para um rápido declínio ao longo da década, com os gastos em 2030 caindo para menos de um vigésimo do valor alcançado em 2021.

Link Original