O Laboratório de Poços de Caldas (LAPOC/CNEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) localizada no sul de Minas Gerais, tornou-se a primeira instituição brasileira integrante da RANET, sigla em inglês para a Rede de Assistência e Resposta. Trata-se de estrutura da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) criada no ano 2000, e que atualmente coordena esforços de 36 países para o atendimento, no menor tempo possível, a emergências nucleares e radiológicas que registrem liberação de radioatividade.
O LAPOC conta com mais de quatro décadas de experiência na realização de análises químicas e de processos de medição de radiação ionizante. Foi o primeiro laboratório do Brasil a ser acreditado pela norma ISO 17025 de qualidade em laboratórios para medições de radiação ionizante, o que atesta a elevada qualidade dos serviços prestados pela instituição. O ingresso do LAPOC na rede RANET é, assim, mais um indicativo da excelência das atividades voltadas ao controle e proteção para uso pacífico da radioatividade. Neste contexto, o país passa a ser o 36º integrante da RANET no mundo, o que possibilita o acesso a mecanismos recíprocos de assistência e solicitação de auxílio em caso de emergências com liberação de radioatividade.
Com vistas ao alinhamento técnico e melhoria nos processos de comunicação entre as instituições participantes da rede, a RANET promove e coordena exercícios regulares de simulações de emergências nucleares ou radiológicas, além de atividades de cooperação técnica. Dessa forma, seus integrantes são providos de avaliações constantes e informações atualizadas para melhoria de seus processos internos.
Segundo Rodrigo Leandro Bonifácio, pesquisador responsável pelo Laboratório de Radiometria do LAPOC, “o ingresso do LAPOC e consequentemente do Brasil como integrante da rede RANET, da AIEA, constitui um reconhecimento ao trabalho da equipe do laboratório no desenvolvimento e implantação de metodologias rápidas de análises de materiais radioativos, as quais são de fundamental importância para dirimir ações de resposta em caso de liberação acidental de radioatividade”.