A China começou a construção de um Laboratório de Pesquisa Subterrânea de Beishan, que fica perto da cidade de Jiuquan, na província chinesa de Gansu. O anuncio foi feito pela Autoridade de Energia Atômica da China (CAEA). O laboratório, que ficará a 560 metros abaixo do nível do solo no deserto de Gobi, será usado para testar a adequação da área para o armazenamento de longo prazo dos rejeitos de alto nível radioativo. A cerimônia de inauguração reuniu representantes da CAEA, do Ministério da Ecologia e Meio Ambiente, da China National Nuclear Corporation, da China Uranium Company Limited e do Instituto de Pesquisa Geológica da Indústria Nuclear de Pequim. Em um comunicado, a CAEA disse que este será o maior laboratório subterrâneo do mundo com as funções mais abrangentes e a mais ampla participação. “Ele fornecerá uma plataforma de pesquisa científica importante para a construção de um repositório geológico profundo para rejeitos radioativos de alto nível, acelerará o processo de descarte seguro de rejeitos radioativos de alto nível e garantirá o desenvolvimento saudável e sustentável da indústria nuclear”, explicou o órgão.
O Beishan Underground Research Laboratory foi um dos 100 principais projetos de construção científica listados no 13º Plano Quinquenal da China, abrangendo 2016-2020. Em 2019, o projeto foi aprovado pela CAEA, sendo o Instituto de Geologia da Indústria Nuclear de Pequim designado como líder do projeto. As instalações de superfície do laboratório cobrirão 247 hectares, com 2,39 hectares de área bruta, disse o arquiteto Wang Ju, vice-presidente do Instituto de Pesquisa de Geologia de Urânio de Pequim. Segundo ele, o complexo subterrâneo terá um volume estrutural total de 514,2 mil metros cúbicos quadrados, além de 13,4 quilômetros de túneis. O laboratório está estimado em mais de US$ 420 milhões e levará sete anos para ser construído. Ele foi projetado para operar por 50 anos e, se sua pesquisa for bem-sucedida e o local for adequado, um depósito subterrâneo para resíduos de alto nível será construído perto do laboratório até 2050. Wang afirmou que “O laboratório fornecerá suporte crítico no descarte geológico seguro de resíduos de alto nível, o que é crucial para o desenvolvimento sustentável da energia nuclear na China”.