A cadeia brasileira de fornecedores de bens e serviços começa esta sexta-feira (14) com os olhos voltados para Angra 3. Depois de mais cinco anos de espera, finalmente as obras da usina nuclear serão retomadas. A ideia é colocar a planta em operação até 2026, injetando assim energia limpa e firme no sistema elétrico brasileiro. Mas, até lá, as obras no site de Angra de Reis proporcionarão diversas oportunidades de negócios para as empresas brasileiras. São novas perspectivas que se abrem para as companhias do nicho nuclear e também para aquelas de cadeias produtivas transversais, como a do petróleo. A lista de atividades que serão demandadas é considerável, incluindo a parte da montagem eletromecânica e a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator. Todos os detalhes serão apresentados hoje, a partir das 14h, no webinar Eletronuclear: desafios e oportunidades. O evento será transmitido AO VIVO pelo Petronotícias. O encontro está sendo organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan).
Para lembrar, a Eletronuclear lançou em fevereiro um edital para contratação da empresa que retomará a obra civil de Angra 3 e realizará parte da montagem eletromecânica. A medida faz parte do chamado “Plano de Aceleração da Linha Crítica da Usina”, cujo objetivo é adiantar algumas atividades de construção da planta antes mesmo de se contratar a empreiteira que irá empreender a obra global. Há muitas chances de negócios para a cadeia brasileira de fornecedores dentro desse plano.
Entre os principais projetos que constam na aceleração do caminho crítico está a conclusão da superestrutura de concreto do edifício do reator de Angra 3. Além disso, também será realizada uma parte importante da montagem eletromecânica, prevista na fase inicial do cronograma de retomada da obra, que inclui o fechamento da esfera de aço da contenção e a instalação da piscina de combustíveis usados, da ponte polar e do guindaste do semipórtico. Algumas desses contratos já haviam sido concedidos no passado, mas precisarão de renegociação.
De acordo com a Eletronuclear, um dos primeiros passos será a contratação da companhia que finalizará os projetos de engenharia e da empreiteira responsável pelas obras civis e pela montagem no âmbito do plano. É necessário ainda contratar as empresas de apoio e fiscalização da fabricação de componentes e das obras civis. A previsão é que o contrato das obras civis que serão realizadas no âmbito do plano de aceleração do caminho crítico seja assinado até maio de 2021. Com isso, o primeiro concreto – marco importante da retomada das obras de Angra 3 – deve ser lançado em outubro.
Espera-se que as obras da usina gerem cerca de 7 mil empregos diretos no pico dos trabalhos, além de um número muito maior de empregos indiretos. A maioria desses profissionais será contratada na Costa Verde, o que será um importante fator para movimentar a economia da região.
O presidente da Abdan, Celso Cunha, será o moderador do evento de hoje e falou recentemente ao Petronotícias que as oportunidades não se restringirão às empresas do setor nuclear, mas também se estenderão para empresas de cadeias produtivas transversais, como a do petróleo. “Há cadeias de fornecedores transversais que perpassam e que podem fornecer para múltiplos setores. Por exemplo, empresas que trabalham no setor de petróleo poderão trabalhar e fornecer nesse segmento. Naturalmente, algumas terão que ter certificação ou fazer joint ventures com outras companhias para participar. O país como um todo vai se beneficiar bastante”, projetou.
Os convidados para o webinar serão o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, e o diretor técnico da estatal, Ricardo Luis Pereira. A moderação do debate será feita pelo presidente da Abdan. Na primeira parte do evento, Guimarães vai apresentar os 10 principais projetos da empresa, destacando os rumos da estatal e quais serão as oportunidades de negócios que vão aparecer ao longo dos próximos anos. Em seguida, Pereira vai abordar a questão do Plano de Aceleração do Caminho Crítico, explicando o que está sendo contratado e também apontando possíveis futuras demandas.
AGENDA:
Eletronuclear – “Desafios e oportunidades”
Palestrantes: Leonam Guimarães e Ricardo Luís Pereira dos Santos
Moderação: Celso Cunha
Dia 14 de maio, a partir das 14h
Transmissão ao vivo do Petronotícias