Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Leonam Guimarães, Celso Cunha e Ricardo Luis Pereira
Em um momento de estagnação da economia brasileira, o reinício da construção de Angra 3 é uma oportunidade – e tanto – de novos negócios para a cadeia local de fornecedores, mesmo para aquelas empresas que não são essencialmente do setor nuclear. A Eletronuclear está retomando as obras da usina e irá apresentar as suas futuras demandas e necessidades em um webinar especial, marcado para a próxima semana. O evento está sendo organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). Segundo o presidente da entidade, Celso Cunha, o encontro virtual apresentará perspectivas para as companhias do nicho nuclear e terá ainda oportunidades para empresas de cadeias produtivas transversais, como a do petróleo. Por isso, o Petronotícias transmitirá ao vivo o webinar para os seus leitores na próxima sexta-feira (14), a partir das 14h.
“Só em termos de geração de empregos, vamos ter de 5 a 7 mil pessoas beneficiadas diretamente. Há cadeias de fornecedores transversais que perpassam e que podem fornecer para múltiplos setores. Por exemplo, empresas que trabalham no setor de petróleo poderão trabalhar e fornecer nesse segmento. Naturalmente, algumas terão que ter certificação ou fazer joint ventures com outras companhias para participar. O país como um todo vai se beneficiar bastante”, projetou o presidente da Abdan.
Ilustração mostra como será a central nuclear após a conclusão de Angra 3
Para lembrar, a Eletronuclear publicou, em março, o edital de contratação da empresa que retomará a obra civil de Angra 3 e realizará parte da montagem eletromecânica. Essa medida faz parte do chamado “Plano de Aceleração do Caminho Crítico”, cuja meta é adiantar algumas atividades do empreendimento antes da contratação da empreiteira que irá empreender a obra global. O primeiro concreto, que marcará a retomada das obras, deve ser lançado em outubro. Atualmente, a planta tem 65% de progresso físico.
“Nada melhor do que ter uma obra como essa sendo retomada. Isso é muito importante. A partir do momento em que essa construção for reiniciada, você começa a ativar as cadeias de fornecedores, de serviços e de equipamentos. Isso cria um ambiente de negócios. E quanto mais negócios sendo colocados na praça, melhor, porque fortalece a nossa cadeia produtiva”, disse Cunha.
Estado atual da obra
Os convidados para o webinar serão o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, e o diretor técnico da estatal, Ricardo Luis Pereira. A moderação do debate será feita pelo presidente da Abdan. Na primeira parte do evento, Guimarães vai apresentar os 10 principais projetos da empresa, destacando os rumos da estatal e quais serão as oportunidades de negócios que vão aparecer ao longo dos próximos anos. Em seguida, Pereira vai abordar a questão do Plano de Aceleração do Caminho Crítico, explicando o que está sendo contratado e também apontando possíveis futuras demandas.
Além de Angra 3, o Brasil terá no horizonte dos próximos 30 anos a instalação de até 10 GW em novas usinas nucleares, de acordo com o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. Além disso, o Ministério de Minas e Energia anunciou neste ano a preparação para elaboração de estudos de novos sítios para as futuras centrais de geração de energia termonuclear, um pleito bem antigo do setor nuclear. “O Brasil precisa dizer onde ficarão as próximas usinas. Precisamos fazer essa definição dos próximos sítios. Uma única obra não é suficiente, você tem que ter um conjunto de obras para garantir muito tempo de vida da cadeia produtiva”, concluiu Cunha.
AGENDA:
Eletronuclear: desafios e oportunidades
Palestrantes: Leonam Guimarães e Ricardo Luís Pereira dos Santos
Moderação: Celso Cunha
Dia 14 de maio, a partir das 14h
Transmissão ao vivo do Petronotícias