Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Expandir horizontes. É com este pensamento em foco que a nova diretoria da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) vai atuar durante o próximo biênio (2020-2022). A presidência continuará com o executivo Celso Cunha, enquanto a vice-presidência passará a ser ocupada por outros importantes nomes do segmento: André Salgado, Ivan Dybov, João Carlos da Cunha Bastos e Michael Dembrak. No novo planejamento da associação existem muitos objetivos traçados e um deles é buscar a internacionalização do setor nuclear brasileiro, em parceria com a Apex Brasil [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos]. Neste sentido, na próxima quarta-feira (19), será realizado um workshop para discutir este projeto. “O objetivo é desenvolver o planejamento estratégico para a promoção das exportações e para atração de investimentos estrangeiros diretos do setor de tecnologia nuclear brasileiro para os próximos anos”, disse o presidente da associação. Cunha também citou outras prioridades da nova diretoria da ABDAN, como ressaltar a conclusão de Angra 3, a construção de novas usinas nucleares, o desenvolvimento da medicina nuclear e a realização de um curso da World Nuclear University (WNU).
O senhor poderia nos contar como será a nova composição da diretoria da ABDAN?
A diretoria agora é composta por quatro vice-presidentes. São eles: André Salgado, vice-presidente da Framatome; Ivan Dybov, presidente da Rosatom América Latina; João Carlos da Cunha Bastos, diretor de operações da Eletronuclear; e Michael Dembrak, vice-presidente da Westinghouse. São quatro vice-presidentes. Todos os vice-presidentes são pessoas de grandes empresas do setor. Ou seja, os sócios da ABDAN estão muito bem representados.
E o que a associação prepara de novidades?
Tendo em vista o crescimento da ABDAN, aprovamos a criação de um conselho curador, que será composto por grandes profissionais de expressão nacional e internacional. Em breve, vamos anunciar os seus nomes.
A associação hoje está com 20 sócios. Há dois anos, ela tinha apenas 9 sócios. Teremos também mais três empresas se filiando nos próximos dias.
Quais serão as metas de seu novo mandato à frente da ABDAN?
A nova diretoria toma posse no dia 1º de março de 2020 e os mandatos vão até 28 de fevereiro de 2022. Durante a nossa próxima reunião será realizada a posse. Já aprovamos um planejamento estratégico para esse período, com os grandes objetivos estratégicos da nossa associação para o próximo biênio. Nesse objetivo, além de ressaltar a questão de Angra 3, vamos também destacar a importância das novas usinas, que são fundamentais para nós.
Temos também algumas outras questões, ligadas à medicina nuclear. Iremos trabalhar mais próximos para viabilizar uma PEC que está tramitando no Congresso, que flexibiliza o monopólio da produção de radiofármacos no Brasil. Nós queremos também aumentar o nível de relacionamento com a Anvisa. Achamos muito importante que isso aconteça. Bem como [a aprovação de] alguns novos radiofármacos, que ainda não foram classificados, como os que servem para o tratamento de câncer e ainda estão em tramitação. Isso afeta as pessoas que mais precisam. É um tema muito sensível e importante e queremos avançar nessa discussão.
Que outros temas serão abordados pela atuação da gestão da ABDAN?
Outra questão é que nós aprovamos também o curso da WNU, que será realizado entre 3 e 6 de junho, em Recife. E vamos realizar duas missões ao exterior nesse ano. Uma na WNE, que acontecerá na semana de 25 de junho, na França. E outra com destino à Rússia, para participarmos da Atomex.
Além disso, ratificamos a importância do nosso Encontro de Negócios que teremos entre 31 de agosto e 3 de setembro. Nós queremos fortalecer nossa cadeia produtiva, principalmente para as micro e pequenas empresas, através do projeto com o Sebrae.
E vamos apresentar um projeto à APEX, agora em março, para a internacionalização do setor, que inclusive será objeto de workshop, na quarta-feira, que estamos fazendo em conjunto com a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.
O senhor pode nos falar um pouco mais das metas deste Projeto de Internacionalização do Setor de Tecnologia Nuclear ABDAN/APEX?
O objetivo é desenvolver o planejamento estratégico para a promoção das exportações e para atração de investimentos estrangeiros diretos do setor de tecnologia nuclear brasileiro para os próximos anos. No workshop, vamos definir os objetivos, a linha de visão para os próximos 5 anos, as metas e estratégias, o posicionamento de mercado, as competências a serem desenvolvidas e o plano de ações para o período 2020- 2022.