Na última sexta-feira (01), a Abdan realizou a primeira edição do Prêmio de Reconhecimento Nuclear, no Clube Naval do Rio. Criada pela associação, a premiação teve como objetivo homenagear personalidades do setor nuclear que estimulam o segmento ao longo das décadas. O evento contou com a presença de parlamentares, universitários e agentes do setor.
A abertura do evento contou com o discurso de boas-vindas do presidente da Abdan, Celso Cunha, que falou sobre a necessidade da tomada de posição para o retorno das obras da usina nuclear de Angra 3. Além disso, Cunha ressaltou ainda a importância do desenvolvimento das atividades nucleares no Brasil, não somente na geração de energia, mas também na área da medicina.
Ronaldo Arthur Cruz Fabrício foi um dos homenageados da tarde. O engenheiro civil é vice-presidente executivo da Abdan, membro do Conselho de Administração da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), empresa responsável pela construção da Usina de Jirau, e membro do Conselho Empresarial de Energia da FIRJAN. Durante seu discurso de agradecimento, o Ronaldo Arthur lamentou o atraso nas decisões para a retomada das o bras da Usina de Angra 3. Segundo ele, a decisão de se criar mais uma empresa estatal para assumir as empresas Itaipu e Eletronuclear é espantosa, pois envolve mais gastos e burocracia.
O Almirante de Esquadra Bento Costa Lima de Albuquerque Junior também recebeu o prêmio e agradeceu: “Essa homenagem não é para mim, é para Marinha, pelo trabalho que realiza no desenvolvimento do setor nuclear brasileiro”, disse. O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear Tecnológico da Marinha abordou também sobre a importância da Eletronuclear e do reinício das obras de Angra 3.
O Almirante Bento representa a importância da Marinha no setor nuclear. Desde 1979, a Marinha realiza seu Programa Nuclear, que tem como objetivos o desenvolvimento de capacitação tecnológica nacional no projeto, construção, comissionamento, operação e manutenção de reatores núcleo-elétricos tipo Pressurized Water Reactor (PWR) e na produção de combustível nuclear.
Representando a academia, estava o engenheiro de materiais e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear, José Carlos Bressiani. Autor e co-autor de mais de 370 trabalhos científicos, Bressiani representa a academia e a área de regulação nuclear. O engenheiro atuou como orientador de 16 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado e foi membro de conselhos técnicos, universitários e de comissão de pós-graduação.
O quarto homenageado foi Leonam dos Santos Guimarães. Honrado com o prêmio, o presidente da Eletronuclear destacou a importância da iniciativa da Abdan com o evento. Segundo Leonam, essa é uma boa oportunidade de se reunir o setor nuclear, bem como prefeitos da região de Angra e parlamentares. Leonam falou ainda sobre o momento delicado em que passa a Eletronuclear atualmente e disse estar comprometido para equacionar a situação.
O Prêmio de Reconhecimento Nuclear é uma das novidades da Abdan. Segundo Cunha, a entidade pretende repeti-lo regularmente a fim de que, anualmente, sejam premiadas as pessoas que mais contribuem com o setor.