LATAM CARGO CONTINUA A MANTER PREÇOS ABUSIVOS NOS FRETES DE ISÓTOPOS USADOS PELA MEDICINA NUCLEAR NO TRATAMENTO DO CÂNCER

dwwssUma coisa é certa: onde não há ordem, se tem desordem. O caso do controle de preços de fretes aéreos é um um exemplo clássico dessa afirmação. Onde há monopólio, a ganância se confunde com o abuso.  Estamos falando do aumento mais do que absurdo nos preços do frete de produtos radioativos, os isótopos,  usados para tratamento do câncer. Milhares de brasileiros dependem dele para sobreviver. Em 16 de outubro, o Petronotícias denunciou um aumento de 300 % que passariam a ser cobrados pela Latam para transportar esses produtos. A empresa estava aproveitando a quebra da Avianca, que fazia o mesmo serviço, para praticar esse preço. Os produtos radioativos Classe 7, são fundamentais para salvar vidas usado pela medicina nuclear.  Com a reação do setor e a denúncia do abuso escandaloso a empresa aérea recuou,  reconheceu que o aumento era incompatível  e anunciou a mudança da data do início desse aumento e seus índices. O novo aumento passou a valer a partir de hoje, dia 1º de novembro. E o índice ao invés de 300 % passou para variações que podem chegar a 192 %, contra  uma inflação anual que não chega a 3%.

A Latam justificou às empresas responsáveis pela produção desses delicados produtos que “ Conforme informamos na semana passada, foram realizadas análises com base nos seus embarques afim de suportar a tabela tarifária para os Radioativos Classe 7. Sendo assim, após mudança do tipo de

RMB - Produtor de Isdótopos

RMB – Produtor de Isótopos

serviço para PRÓXIMO VOO, ficou definido desconto específico para cada BASE de DESTINO.  

Vejam a nova tabela para algumas cidades que o Petronoticias teve acesso, a partir de São Paulo:

Salvador – Produto A aumento de  100 % – Produto B – aumento de  86 %;

Florianópolis- Produto A – aumento 145 % – Produto B – aumento 33%;

Porto Alegre – Produto A – aumento 147   %  – Produto B- Aumento 192%

Campo Grande- Porduto A aumento de 83 % – Produto B -aumento 63%

 Goiânia -Produto A -Aumento de 109%  – Produto B – Aumento de 140%.

Esse aumento parece uma quase sentença de morte aos pacientes que fazem tratamento de câncer. Os preços vão disparar. Não há controle de preços no Brasil, mas há regras contras abusos dessa naturea e essas regras precisam ser aplicadas.   Os pacientes com câncer e com problemas cardíacos serão os mais afetados pela decisão da Latam de aumentar significativamente as tarifas de transportes de produtos radioativos usados na medicina nuclear no Brasil.  Hoje, a Latam   ficou como única credenciada para fazer esse tipo de atividade. A partir daí, ela comunicou às empresas transportadoras desses produtos que passaria a cobrar a Tarifa “Próximo Voo”, dfrdeeao invés da tarifa “Convencional”. Na verdade, isso é um drible para impor um preço sem qualquer motivo justificado para a desproporcionalidade do aumento.

Para quem não está familiarizado com a diferença entre as tarifas de cargas, a “Convencional” pode ser transportada em até três dias após a entrega da carga para a companhia. A tarifa “Próximo Voo”, é despachada em até três horas. Como são produtos radioativos para uso em medicina, o RBAC – Regulamento Brasileiro de Aviação Civil – recomenda que tenham prioridade no embarque. A razão é porque há produtos que perdem a sua vida útil à medida que o tempo passa (decaimento). Um exemplo é o Cobalto 60, que tem um decaimento a cada 5 anos. Mas o Fluor-18, fundamental no diagnóstico e tratamento do câncer, tem uma meia vida de 110 minutos. Passado este tempo, sua atividade decai à metade. Ele precisa ter uma pré-calibração gggfffmaior, dependendo do destino do material, o que encarece significativamente o produto. Por isso, precisa pressa para ser transportado.

As empresas de medicina nuclear brasileiras que operam no país precisam ter uma logística muito afinada para salvar vidas, e atender os hospitais e clínicas que administram esses produtos em pacientes que dependem deles para sobreviver. E nessa cadeia, o transporte aéreo é extremamente importante. Anualmente, mais de 90 mil embalagens com material radioativo para uso em medicina nuclear. A ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares – que também abriga as empresas ligadas a medicina nuclear, mantém o contato com a empresa aérea para negociar, mas sem o apoio das autoridades do Ministério da Saúde e da ANAC, é possível que as pessoas que fazem um tratamento penoso, ficarão ainda mais prejudicados pela falta de sensibilidade e pela  ganância da companhia aérea.

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