APEX, SEBRAE/RJ E ABDAN FOMENTAM NOVOS NEGÓCIOS DE PEQUENAS EMPRESAS DENTRO DO SETOR NUCLEAR

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

WhatsApp Image 2020-09-17 at 16.40.31O mercado de energia nuclear terá pelo menos US$ 1,2 trilhão em investimentos durante a implantação de até 158 novos reatores no mundo até 2030. Por isso, entidades ligadas à indústria brasileira estão se organizando para ajudar as pequenas empresas do país a garantir uma fatia desse grande volume de oportunidades. De um lado, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) está com ações para auxiliar essas companhias menores a exportarem bens e serviços, além de atuar para atrair investimentos estrangeiros para o segmento. Enquanto isso, o Sebrae/RJ está com seus esforços voltados para a capacitação dessas pequenas empresas. Assim, elas poderão fazer parte de uma cadeia produtiva, fornecendo equipamentos e serviços para companhias de maior porte. Essas e outras iniciativas foram detalhadas nesta semana durante um webinar organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan).

A Apex-Brasil, como se sabe, tem um longo histórico de apoio às empresas nacionais. Só no ano passado, a agência garantiu auxílio a mais de 14 mil companhias. Agora, está caminhando também para estender seu raio de ação para a indústria nuclear. O diretor-presidente da agência, Sergio Segovia, um dos palestrantes do evento, disse que o Brasil tem potencial e vocação no setor e que, diante desse cenário, a Apex-Brasil mantém permanente atenção a esse mercado. Inclusive, a entidade avalia definir a energia nuclear como um dos setores prioritários para atração de investimentos, com a inclusão potencial de dois segmentos: medicina nuclear e ciclo do combustível.

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Sergio Segovia

Enquanto isso, a agência também analisa um potencial convênio com a Abdan com o objetivo de internacionalizar o setor. “Em setembro do ano passado, começamos a construir este projeto, que ataca quatro vertentes: exportação, atração de capital para o Brasil, a venda da imagem do setor nuclear brasileiro no exterior e inteligência competitiva”, explicou o presidente da Abdan, Celso Cunha.

O presidente da Apex-Brasil afirmou que está em tratativas de assinatura desse convênio com a Abdan e explicou como enxerga os futuros benefícios dessa parceria: “Como em qualquer convênio que a Apex-Brasil realiza, esperamos alavancar o setor. Isso está no DNA dos convênios da Apex-Brasil. Tanto na exportação de bens e serviços no setor, como também na atração de investimentos”, disse.

Segovia também apontou o que a cadeia produtiva do setor nuclear do Brasil precisa superar para alcançar a internacionalização. Segundo ele, os desafios são identificar os mercados onde o país tem vantagens competitivas; além de melhorar o ambiente de negocios, para que Custo Brasil não seja uma carga de ineficiência.  “E, por último, o setor realmente precisa pensar em se abrir para o comercio exterior. Penso que esses são os principais desafios que o segmento vai encontrar para se internacionalizar”, concluiu.

FORMAÇÃO DE CADEIA PRODUTIVA PARA O SETOR NUCLEAR

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Antonio Alvarenga

O moderador do webinar, almirante Ney Zanella, lembrou que o Ministério de Minas e Energia tem uma política para fomentar a criação de cadeias de pequenas empresas dentro da indústria nuclear, principalmente pelo fato do Brasil ter quase todo esse setor concentrado na região Sudeste.

O diretor Superintendente do Sebrae/RJ e Presidente Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga Neto, que também foi um dos palestrantes do webinar, lembrou que essas cadeias citadas por Zanella seguem o mesmo funcionamento do projeto de encadeamento produtivo do Sebrae: “Fazemos um diagnóstico do que determinada grande empresa necessita em termos de fornecimento e serviços. Depois, buscamos as companhias da região que estão capacitadas a fornecer bens e serviços. Com base nisso, capacitamos essas pequenas empresas, fazemos treinamentos, desenvolvemos habilidades e contribuímos na superação de problemas para inseri-las na cadeia da grande empresa”, explicou.

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Celso Cunha

Alvarenga disse ainda que a cadeia produtiva do setor nuclear envolve vários segmentos, desde a mineração até a geração de energia. Em cada uma dessas áreas, existe uma oportunidade para micros e pequenas empresas, de acordo com o superintendente. “Por exemplo, o setor de Medicina Nuclear tem um componente grande de inovação e tecnologia. Existe uma série de micro e pequenas empresas que o Sebrae/RJ pode capacitar, desenvolver e inserir em um mercado sofisticado e de valor agregado”, afirmou.

A Abdan já possui um convênio com o Sebrae, que resulta em uma série de iniciativas em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva do setor nuclear. A série de webinars que a associação vem realizando neste ano também é fruto da parceria com o Sebrae-RJ, em preparação para a Nuclear Trade and Technology Exchange (NT2E) – evento previsto para a segunda quinzena de julho de 2021.

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