Abdan debate Contribuição da Indústria Nuclear para Recuperação Econômica do Estado do Rio em Fórum na Alerj

Segundo a ABDAN a retomada de Angra 3 trará benefícios como aumento do PIB e geração de empregos.  

 

O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio, em parceria com a ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento para Atividades Nucleares aconteceu no último dia 29, no plenário da Alerj e debateu a “Contribuição da Indústria Nuclear para Recuperação Econômica do Estado do Rio”.

O assunto principal foi Angra 3, que está com as obras paralisadas desde 1986. Para Celso Cunha, presidente da ABDAN, a retomada das obras da usina nuclear trará diversos benefícios econômicos e sociais para o estado e até mesmo para todo o Brasil.

“O Brasil tem a 5ª maior reserva de urânio do mundo. A energia nuclear é limpa, segura, competitiva e sustentável, sendo a fonte de geração de energia com menor emissão de gás carbônico, com 12g por kW/hora, contra 820g kW/hora do carvão, por exemplo. É uma energia barata, que não é afetada pelas mudanças climáticas. Ou seja, são diversos pontos favoráveis ao investimento em energia nuclear. A retomada de Angra 3 seria um marco, não só na questão energética, mas econômica e social”, explicou.

Ainda de acordo com Celso Cunha, a retomada de Angra 3 faria o PIB aumentar até 1,6%,  além de gerar empregos e levar o ciclo de combustíveis para um outro patamar. “O estado precisa de algo além do petróleo”.

Segundo o diretor técnico da Eletronuclear, Leonam Guimarães, a esfera estadual precisa se desenvolver mais nessa questão. “O Rio usa apenas 24% da sua capacidade nuclear, com Angra 3 conseguiríamos atingir mais 63%, alavancando a economia do estado. Os principais elos da cadeia nuclear estão sediados no Rio.”

O Almirante de Esquadra Bento de Albuquerque Junior, Diretor – Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, comentou sobre o programa de desenvolvimento de submarinos – Prosub, sediado em Itaguaí, que é associado ao programa nuclear da marinha. O programa partiu de tratado entre Brasil e França em 2008.

“Em 2018 será entregue o primeiro submarino. As obras começaram em 2010 e desde então, a cidade de Itaguaí já recebeu um investimento de mais de R$1,2 bilhões, o complexo de Itaguaí recebeu R$7 bilhões, foram gerados quase 18 mil empregos diretos e indiretos e 360 empresas envolvidas nesse projeto. O objetivo é entregar mais três submarinos convencionais e uma de propulsão nuclear”, destacou o Almirante.

O Fórum contou com a presença de Jefferson Borgheti, superintendente de estudos econômicos e energéticos da EPE; Sergio Oliveira Duarte, vice-presidente da Firjan; Reinaldo Barros, presidente licenciado do CREA – RJ e o deputado estadual André Ceciliano. Todos se declararam a favor da retomada das obras da usina. A expectativa é que, caso as obras comecem até o segundo semestre de 2018 as atividades comerciais comecem em 2022.